- A recuperação do bitcoin a partir dos US$ 100.000 indica um fortalecimento do impulso em direção aos níveis recordes anteriores;
- A postura do Fed e as políticas tarifárias de Trump serão determinantes para os próximos movimentos do bitcoin;
- Com suporte na faixa de US$ 102.000–US$ 103.500, a perspectiva do bitcoin aponta para novas altas, desde que esses níveis sejam mantidos.
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Após cair brevemente abaixo dos US$ 100.000 no início da semana, o bitcoin mostrou força ao recuperar rapidamente esse nível.
A resiliência da criptomoeda ficou evidente conforme retomou terreno, oscilando em torno de US$ 101.000 até a metade da semana. A postura mais favorável do Fed em relação aos criptoativos ajudou a dar impulso a esse movimento positivo, levando o bitcoin a testar a região dos US$ 106.000.
Do ponto de vista técnico, a capacidade do bitcoin de se manter na segunda faixa de seu canal de alta, iniciado em setembro, indica que ainda há espaço para novas valorizações, desde que o impulso comprador seja sustentado.
Compradores aproveitaram a queda no início da semana
A desvalorização inicial do bitcoin foi motivada por diferentes fatores, incluindo o lançamento da DeepSeek, que pressionou as ações do setor de tecnologia e afetou o mercado cripto. No entanto, investidores rapidamente enxergaram a queda abaixo dos US$ 100.000 como uma oportunidade, impulsionando a cotação de volta para a região dos US$ 101.000.
A decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros inalteradas não teve grande impacto sobre o mercado de criptomoedas, já que esse cenário já estava precificado. Porém, um comentário do presidente do Fed, Jerome Powell, gerou repercussão ao afirmar que bancos poderiam deter bitcoin, desde que gerissem adequadamente os riscos—a sinalização foi bem recebida pelo mercado.
Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) reforçou o otimismo ao cortar juros, embora declarações da presidente Christine Lagarde, descartando o bitcoin como ativo de reserva, tenham limitado o entusiasmo.
No cenário global, fatores geopolíticos—como as políticas tarifárias do ex-presidente dos EUA, Donald Trump—começam a representar riscos para o bitcoin. À medida que a criptomoeda se integra ao sistema financeiro global, incertezas sobre tarifas podem impactar o apetite por risco. No entanto, como os detalhes dessas tarifas devem ser esclarecidos em fevereiro, ajustes nas posições de mercado podem aumentar a volatilidade do bitcoin.
Apesar dessas preocupações, o apetite dos investidores segue forte, evidenciado pelo fluxo crescente de capital para ETFs de bitcoin, o que reforça a perspectiva positiva do mercado.
O Fed continuará sendo o principal catalisador para o bitcoin
Olhando à frente, as decisões de política monetária do Fed devem continuar influenciando o comportamento do bitcoin. Historicamente, a postura do banco central sobre juros tem sido um fator determinante para a trajetória da criptomoeda, e essa relação tende a se manter.
Com o Fed adotando uma abordagem cautelosa sobre cortes de juros, a pressão política de Trump pode adicionar um novo elemento de incerteza ao mercado. O desdobramento dessa tensão será fundamental, com os dados de inflação ganhando ainda mais relevância. Caso os indicadores mostrem arrefecimento da inflação, o banco central poderá assumir uma postura mais flexível, o que beneficiaria o bitcoin. Em contrapartida, juros elevados manteriam o dólar atrativo, gerando pressão sobre a criptomoeda.
Se o embate entre Trump e o Fed se intensificar, a volatilidade poderá aumentar, impactando ativos de risco, incluindo o bitcoin.
Perspectiva técnica: uma zona de suporte essencial
A visão técnica do bitcoin segue moderadamente otimista. A criptomoeda encerrou a semana acima do patamar de US$ 104.000, enquanto sua principal zona de suporte se encontra entre US$ 102.000 e US$ 103.500. Se esse nível se mantiver, o bitcoin poderá buscar novamente a resistência superior de seu canal de alta.
No gráfico diário, o IFR aponta recuperação a partir da região de sobrevendido, sugerindo potencial para novos avanços. Um movimento mais forte pode levar o bitcoin a testar os US$ 108.000, com possibilidade de alcançar US$ 112.000. No entanto, caso a criptomoeda feche abaixo de US$ 102.000, o impulso de alta perderá força, podendo resultar em um recuo para a região de US$ 99.000. Se esse suporte não for sustentado, novas quedas podem ocorrer.
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