Ultimamente, o que mais tem se falado é como proteger seu patrimônio diante dos pronunciamentos do novo governo e das incertezas macroeconômicas.
“Vai cair a bolsa, vai subir o dólar, paciência”, Lula na COP27.
Calma, só estou contextualizando. Até porque o mercado em que vivo há seis anos não é nem um pouco impactado por movimentações brasileiras.
Além dessa citação, provavelmente você deve estar ouvindo que a maneira de se proteger é dolarizar o patrimônio. Eu não discordo disso, mas além da dolarização – que, cá entre nós, também tem seus riscos, e eu explico no decorrer do texto –, existe uma opção que soma proteção com assimetria.
“Bitcoinizar” uma parte do seu patrimônio !
Eu sei que o primeiro questionamento é que existe uma volatilidade, e é verdade, tem grandes e constantes variações nos preços.
Explico.
A volatilidade é uma característica intrínseca do mercado de criptoativos por alguns motivos. O principal, na minha opinião (e o mesmo no qual vejo assimetria) é que a capitalização do mercado, de forma geral, ainda é muito baixa.
O market cap do Bitcoin gira em torno de 390 bilhões de dólares. Para se ter um comparativo do quanto isso é pouco, o ouro, outro ativo que tem liquidez global, tem um market cap estimado em 13 trilhões de dólares.
Para o bitcoin cair 10%, é necessário “perder” 39 bilhões de dólares de market cap. Já no caso do ouro, é preciso perder aproximadamente 1,3 trilhão de dólares para cair 10% o seu preço.
Ou seja, para o ouro cair 10%, ele precisa perder o market cap total do bitcoin mais de 3 vezes!
A falta de capitalização, isto é, a falta de dinheiro no mercado contribui em muito para a volatilidade.
Mas a volatilidade só afeta negativamente quem foca no curto prazo ou está sobrealocado.
E, como dito no início do texto, “bitcoinizar” uma parte do seu patrimônio é mais uma forma, junto ao dólar, de proteger seu patrimônio. Além disso, diante da "imaturidade'' dessa alternativa, você deve respeitar o gerenciamento de risco (não ter mais do que 5% alocado).
Entendendo isso, vamos voltar a falar da razão de estarmos no melhor momento para fazer isso. O objetivo é se proteger e fugir de moedas que sofrem uma grande instabilidade política e, no decorrer do tempo, manter ou elevar seu poder de compra.
Quando disse que o dólar tem seus riscos, quis dizer que existe um problema central em moedas estatais, pois a manipulação faz parte da sua estrutura. Estamos vivenciando isso. Tivemos uma expansão e agora estamos na contração monetária mais rápida da história, que é uma ferramenta do Estado para controlar os ciclos econômicos.
Sendo assim, o bitcoin é uma alternativa a essa manipulação do Estado, tendo uma característica de política monetária programada, com um teto de emissão. A criação de novas unidades sendo decrescente (inflação), através do evento conhecido como halving, consequentemente ocasiona uma curva de oferta/inflação estável.
Esse é um dos grandes valores do bitcoin, o que o torna um bem escasso, com perfil desinflacionário, cuja oferta é conhecida e decrescente ao longo do tempo.
Em vista disso, é uma alternativa à inflação, que se torna cada vez mais uma preocupação global.
Além de ser um facilitador do acesso às finanças para cidadãos não-bancarizados, que são a maioria em diversos países de economia frágil no mundo.
Por isso, o Bitcoin é visto por muitos como uma possível reserva de valor e ainda não visto por alguns por conta da tal da volatilidade – que é questão de tempo para se estabilizar – e da baixa usabilidade no presente.
Mas poucos sabem que existe uma solução de usabilidade: há uma tecnologia associada à blockchain do bitcoin que visa diminuir esse tempo e reduzir as taxas para transações instantâneas, a Lightning Network (LN).
Trata-se de uma tecnologia que cria canais de pagamentos entre usuários da rede LN. Quanto mais pessoas, maior a adesão a ela e maior a sua escalabilidade.
Essa tecnologia é amplamente utilizada hoje em dia, e a adesão tende a continuar crescendo conforme o interesse por transacionar bitcoin de forma rápida, barata e segura.
Também vale lembrar que o bitcoin foi o primeiro criptoativo a ser criado, que deu origem ao mercado e introduziu a tecnologia blockchain ao mundo, possibilitando a emissão e o controle de uma moeda 100% digital, que não reconhece fronteiras e não necessita da validação de um único órgão central. Tudo é feito de forma segura e descentralizada.
Como já sabemos, a oferta de bitcoin é limitada, inalterável, decrescente ao longo do tempo e sem um órgão central ditando regras ou manipulando seus ciclos.
O objetivo hoje não é se aprofundar em assuntos mais técnicos desse ativo, mas sim esclarecer por que eu particularmente protejo parte do meu patrimônio com Bitcoin, além do dólar.
A característica de política monetária desse ativo é valiosa e independente, além de que, por conta da assimetria, eu não preciso expor uma parte significativa do meu capital.
Através de dados on-chain, que é uma forma de analisar os fundamentos da rede sem interferência de ruídos externos e volatilidade de preço, notamos que estamos em uma das melhores oportunidades de acúmulo desse ativo.
O mercado vem sendo resiliente nas faixas de preços atuais e, em uma visão geral, dos principais indicadores cíclicos on-chain, quase todas as métricas usadas para medir as condições de mercado estão em alguns dos percentuais históricos mais baixos que vimos em comparação com os ciclos anteriores.
Portanto, digo que sempre é um bom momento para acumular Bitcoin. Aos preços atuais, torna-se quase obrigatório tê-lo em carteira!
Minha sugestão para você, que ainda não tem uma exposição ao bitcoin, é que busque conhecê-lo e comece a ter interesse por ele agora, com os preços baixos comparados ao último ciclo de alta!
E, quem sabe, caso você se interesse, você já começa a capturar essa boa oportunidade de assimetria!
A visão de longo prazo se mantém, com o momento atual visto como construtivo para infraestrutura de cripto e sendo uma janela de oportunidades. Além do Bitcoin, tenho outros bons ativos na composição da carteira, caixa como proteção e para aproveitamento de possíveis impactos vindos de incertezas do macro.
Um abraço