Foi o que sobrou
"Em caso de dúvidas, vamos apostar nas vendas da Apple” parece o mote do momento em Wall Street. Em meio a dados de varejo e produção industrial abaixo do esperado, e com discussões em torno dos próximos passos do Fed perdendo força (consenso migrou fortemente para Dezembro), apostar na maçã foi o que restou. Sinceramente? A mim parece, simplesmente, uma distração: foi o brinquedo que sobrou para se distrair enquanto não surgem novos fatos para sacudir o mercado.
Estrela (de)cadente
Na esteira de dados econômicos fracos nos EUA, mercados se animam por aqui. Passado o soluço das bolsas, e à medida que morrem as chances de o Fed fazer algo agora, faz sentido fazer conta. Seguimos com a visão de que, em meio à barafunda em que se meteram as economias mundiais, estamos em uma posição privilegiada por aqui. Por aqui, foco em Lula. A despeito da gritaria habitual dos aliados, a estrela já não brilha. Agradecemos.
Questão de responsabilidade
De Brasília, a sinalização é de que governadores do Nordeste podem espernear à vontade: ficarão chupando o dedo com relação ao socorro adicional que demandam. Para Temer, é mais uma oportunidade de demonstrar que, embora disposto a negociar, tudo tem limite — e o limite é dado pelo orçamento. Responsabilidade fiscal se transmuta em credibilidade, que há de se expressar na queda dos juros de longo prazo. Bom para o país, e também para quem comprar renda fixa apostando no fechamento da curva. Você já comprou suas LTNs? Gostamos das de 2023.
Season Finale
Encerraremos hoje a admissão de novos assinantes para a série Estratégias com Opções. Bem empregadas, as recomendações do Bruce são uma ótima alternativa para buscar rentabilidade adicional para um portfólio de investimentos bem estruturado.
Por outro lado, é preciso disciplina para operar e capacidade de se movimentar rápido. Os retornos são atrativos, mas não vêm sem riscos igualmente maiores. É um produto para poucos — uma das razões pelas quais só abrimos a série para novas assinaturas de tempos em tempos. Se você tiver interesse, é agora.
E se tiver muro?
Pesquisa da Bloomberg indica que Donald Trump teria 5 pontos percentuais de vantagem sobre Hillary Clinton em Ohio. O estado é um dos mais notórios “swing states” — estados nos quais nenhum partido é majoritário, onde a disputa por terreno é palmo por palmo. Ninguém chegou à Casa Branca sem vencer em Ohio desde 1964. Seria um presságio? Gerdau (SA:GGBR4) (preferimos GGBR3 (SA:GGBR3)) pode se beneficiar nesse cenário. Não! Não é por conta da demanda por aço para construir o muro… o que tenho em mente é mais barreiras à importação de aço, principalmente da Turquia — para o qual, aliás, as produtoras locais estão pedindo revisão do anti-dumping em vigor, que é tido como insuficiente.