Bolsa Precisa de Fundamentos Melhores para Não Realizar

Publicado 05.10.2016, 10:33
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Comentei durante a semana sobre nossa macroeconomia em texto publicado no site da Bugg: BRASIL – CONFIANÇA, CRESCIMENTO E UM POUCO DE VIDÊNCIA

Veja que a figura do emprego no Brasil segue feia, mas parece que realmente encontramos um bottom. Difícil ver a melhora acontecendo, mas é questão de tempo.

E o que tenho pra dizer: CHEGOU A HORA DA VERDADE!

Parece brincadeira ou que eu esteja exagerando, mas não, acreditem os fundamentos têm que melhorar para que possamos ver nossa bolsa continuar andando. A desconexão de mercados financeiros com a economia real não dura por muito tempo. Logo a inconsistência de uma melhora econômica poderia sim levar a uma forte realização em bolsa.

Li recentemente num relatório do Santander (SA:SANB11) que chama atenção ao fato que grande parte da melhora do ambiente de investimentos no Brasil é atribuída a fatores externos:

We noted in a recent study that around two thirds of the reduction in Brazil’s country risk this year can be attributed to external factors – namely, global risk appetite, gauged by commodity prices and the value of the U.S. dollar (DXY). Therefore, a reversal in the current favorable global trends could destroy the current green shoots and prolong the recession.

É exatamente aquilo que já comentei aqui: NO RELATIVO AS COISAS ESTÃO BOAS PARA NÓS!

Fiz uma série de posts sobre isso..quem lembra? Dá um search lá: FICAMOS BONITOS NO RELATIVO; BRASIL, O SOLTEIRO COBIÇADO, entre outros.

Corroborando a isso, comentei na TÔNICA DESSA SEMANA que os investidores podem ficar meio fora do México pelo risco Trump se materializando. México é um importante “competidor” do Braisil pelos recursos gringos.

Veja também que o novo presidente filipino vem afugentando investidores:

Moody's deu downgrade na Turquia:
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E os hermanos argentinos seguem sofrendo.

Hoje os principais competidores do Brasil, a meu ver, por atração de capital são: Índia, Indonésia, Coreia, Rússia, Hong Kong, Taiwan, Vietnam.

MAS E SE OS VENTOS EXTERNOS PARAREM DE SOPRAR?

Pois é temos sido, de certa forma, beneficiados pelo ambiente macro relativamente bom para nós, mas e o inicio do ciclo de aperto monetário nos EUA? Pode ser danoso para nós, por isso nossa macroeconomia tem que dar respostas! Comentei no post sobre EUA: EUA – #VAITERHIKE, MAIS DADOS, ELEIÇÕES que aumentaram consideravelmente a possibilidade de elevação de juros nos EUA pós-eleições. Não acho que o ciclo vai ser gigante, não é isso, mas somos muito sensíveis a esse tipo de movimento. Mais uma vez faço uso do relatório do Santander que mostra que o Brasil é o país mais sensível aos movimentos na curva de 10 anos da treasury:

“Indeed, according to an IMF study, Brazil is the country in Latin America most sensitive to movements in 10-year U.S. bond yields. Domestic long-term rates would rise around 130 bps in response to a 100-bps shock in U.S. Treasury yields. This makes a possible normalization in the Fed’s monetary policy the most important risk for the Brazilian economy in the coming months, in our opinion.”

Logo, IIIIIIIIIT’S TIIIIIIIME!

DE ONDE PODE VIR A MELHORA?

Governo mostrou, na semana que passou, um dado muito ruim da arrecadação e que persistindo nesse pace faria com que extrapolássemos a já esticada previsão de déficit!

“No mês passado, a arrecadação federal somou R$ 91,8 bilhões, queda real (descontada a inflação) de 10,12% frente ao mesmo mês de 2015. Foi o pior mês de agosto, em valores arrecadados (corrigidos pela inflação), desde 2009, ou seja, em sete anos.Essa queda é quase duas vezes maior que a verificada em julho deste ano, de 5,8%.”

Logo, TEM QUE VIR DAQUI!

Ao que me parece o presidentO já está usando isso acelerar o processo da PEC 241 (teto dos gastos), mais do que justo! Seria um belo evento para trigar bolsa em outubro, a meu ver.

E OS JUROS WILL?

Também pode ser um evento positivo para bolsa, ainda que grande parte já esteja na curva. Mas seria sem dúvida uma indicação positiva.

Comento tudo isso para tentar identificar fatores que podem atrair o estrangeiro (“gringo”) a investir aqui. Atrair o fluxo, tal qual em março e julho.

O movimento que temos visto na curva de juros é o de que o Brasil segue bastante atrativo. Dá uma olhada no gráfico. Lógico que uma parte relevante dessa queda também é diretamente relacionado a queda da inflação e mais ainda das expectativas inflacionárias…

Sobre isso, conforme comentei na Tônica da Semana, penso que Bacen reduz juros agora em outubro.

Mas para quem “traida” curva de juros, tão importante quanto saber se cai ou não é a magnitude do movimento. É saber onde isso estabiliza. Conversava sobre isso essa semana com um assessor de investimentos. Dos atuais 14,25% para os 11,7% precificados na curva são uns 255 basis, ou cerca de 5 cortes de 0,5% na taxa de juros. Não é pouco não! Esse negócio não vai cair para sempre (títulos não vão se valorizar indefinidamente)! Tem gente ganhando um bom dinheiro com isso hoje em dia.

Mas a conclusão que cheguei é que ainda tem alguma graninha na mesa com o fechamento dessas curvas, apostaria mais uns 100 basis. Com a curva chegando nos ~10,5%. A partir daí já penso que lucro bom é lucro no bolso!


Ok.

IIIIt’sss Tiiiiime, DE RESUMIR:

Sigo otimista com Brasil. Tenho receios com o mundo, mas se as coisas avançarem aqui poderemos ver lucros crescentes e valorizações consideráveis das empresas de bolsa. Acho que tem uma grande chance de controlarmos inflação, reduzir taxas de juros, voltar a crescer os nossos tradicionais 2% ao menos. Isso passa pela arrumação do fiscal que eu espero ver em outubro! A bíblia fala: “os sinais seguirão os que creem”…eu acredito!

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