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Bundesbank Prevê que Recuperação da Europa Levará uma Década

Publicado 22.04.2013, 19:47

O líder do banco central da Alemanha alertou que a crise de dívida da Europa vai levar uma década para ser superada, acrescentando que uma solução duradoura só seria possível se os políticos parassem de depender do Banco Central Europeu e promovessem amplas reformas estruturais.

Em entrevista ao The Wall Street Journal, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, sinalizou que o BCE poderia reduzir as taxas de juros se isso fosse justificado pelos números da economia e da inflação. Mas ele alertou que uma iniciativa como essa não mudaria a sorte das economias da zona do euro.

Weidmann elogiou o acordo firmado entre Chipre e os credores internacionais para o resgate de 10 bilhões de euros (US$ 13,1 bilhões) que impõe pesados prejuízos a grandes depositantes dos bancos do país. Ele disse que, embora o acordo não sirva de modelo para outros, ele mostra a importância de se se estabelecer "hierarquia" em que os acionistas dos bancos arcam com os custos das suas decisões de investimento.

"A superação da crise e os seus efeitos continuarão sendo um desafio ao longo da próxima década", disse ele na sua sala de conferências na sede do Bundesbank, com vista para o distrito financeiro de Frankfurt. O comentário contrasta com a observação recente do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, de que o pior da crise Europeia já passou.

O produto interno bruto da zona do euro deve voltar a crescer este ano, em parte devido à aceleração da atividade global, disse Weidmann. No entanto, "a calma que estamos vendo atualmente pode ser traiçoeira" se ela postergar revisões nos níveis dos países e da Europa.

O euro caiu fortemente em relação ao dólar em resposta às observações de Weidmann, que os investidores consideraram um sinal de que a redução da taxa está sendo discutida. Suas advertências sobre os efeitos duradouros da crise da dívida pesaram sobre o mercados de ações da Europa. Não existem remédios rápidos que o BCE possa aplicar, disse ele.

"Todo mundo está perguntando o que mais o banco central pode fazer em vez de perguntar de que forma os outros formuladores de políticas podem contribuir", disse Weidmann.

Sobre a questão de ajudar as pequenas empresas do sul da Europa a ganhar acesso a crédito barato, o que muitos economistas veem como um ponto crítico para as esperanças de recuperação, Weidmann disse que instituições como o Banco de Investimento Europeu têm melhores ferramentas para lidar com o problema.

Os comentários dele sugerem que, para o BCE relaxar suas regras de garantias ou, numa hipótese mais extrema, comprar dos bancos ativos do setor privado para estimular novos empréstimos, ele provavelmente teria de enfrentar a oposição de um dos seus membros mais poderosos — ele próprio.

E não seria a primeira vez. Weidmann foi o único dos 23 integrantes do Conselho do BCE a se opor, em setembro, à criação de um programa de compra ilimitada de dívida, as chamadas Transações Monetárias Diretas (ou OMT, na sigla em inglês). Autoridades do BCE e analistas privados disseram que a iniciativa garantiu a estabilidade os mercados durante as turbulentas eleições italianas e o confuso resgate do Chipre, em março.

Weidmann, que se preocupa com a mistura das políticas fiscal e monetária, continua discordando. "Para mim, não foi uma surpresa os mercados se acalmarem [...] isso não significa necessariamente que a decisão tenha sido boa do ponto de vista político", disse Weidmann.

Ele rejeita a crítica de que o Bundesbank discorda das medidas para lidar com a crise, como a compra de títulos, sem oferecer alternativas. Segundo ele, o banco central da Alemanha concordou com muitas políticas do BCE e, "além disso, não é uma questão de não fazer nada, mas de quem está democraticamente legitimado a agir e a preservar a união monetária como uma união de estabilidade," disse ele.

Ele endossou o acordo recente entre Chipre e os seus credores internacionais.

"O caso cipriota mostrou que é possível fechar bancos. Em princípio, isso é uma coisa boa porque significa que os contribuintes não têm sempre que bancar o resgate dos bancos", disse ele.

Idealmente, os depositantes não deveriam ser tocados, disse Weidmann, mas ressaltou que os depositantes cipriotas receberam taxas de juros "muito mais altas" sobre os seus depósitos do que os poupadores alemães.

Weidmann concedeu a entrevista dias antes da reunião do Fundo Monetário Internacional no fim de semana, que contará com a presença de ministros da Fazenda e líderes de bancos centrais de vários países.

Há meses ele tem lamentado que os bancos centrais estejam sob muita pressão dos políticos para estimular o crescimento das suas economias por meio de taxas de juros baixíssimas e outros recursos, citando o Japão e a Hungria, mensagem que ele pretende levar a Washington, na reunião do FMI.

"Um ponto que eu acho importante destacar — talvez menos aos meus colegas de outros bancos centrais do que aos ministros da Fazenda — é que o remédio administrado pelos elaboradores da política monetária só cura os sintomas e que ele tem riscos e efeitos colaterais", disse.

Esses alertas — sobrecarregar bancos centrais, enfraquecer a independência deles e tirar a pressão dos governos — se tornaram a regra desde que o economista alemão de 44 anos assumiu o comando do reverenciado banco central do seu país, há quase dois anos.

Mas elas ganham uma nova força à medida que a economia mundial emperra. Os bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão estão continuando — no caso do Japão, acelerando — estímulos agressivos para garantir a recuperação das suas economias. Apesar da fragilidade da economia da zona do euro, o BCE é uma exceção, já que manteve os juros constantes nos últimos nove meses. Seu balanço está encolhendo enquanto os do Federal Reserve (o BC americano) e o do Banco do Japão estão crescendo.

Comentários de funcionários de alto escalão do BCE indicam que os colegas de Weidermann concordam com a sua opinião de que há limites para o que o BCE pode fazer.

"O BCE não pode fazer tudo para todo mundo o tempo todo", disse o presidente da instituição, Mario Draghi, a legisladores europeus na terça-feira.

Muitos analistas esperam que, com a inflação a 1,7%, abaixo da meta de 2% estipulada pelo BCE, e com a expectativa de que ela caia ainda mais, é provável que ocorra um corte na taxa de juros em maio ou junho. Weidmann não descarta a possibilidade, mas levanta dúvidas sobre o benefício da medida.

"Nós devemos fazer ajustes em resposta a novos dados", porém, "eu não acho que a política monetária é a questão principal", disse ele.

Weidmann admite que é difícil encontrar um equilíbrio entre deixar as forças de mercado pressionarem os governos para que promovam difíceis reformas econômicas e se arriscar a ver a zona do euro se dissolver.

"Às vezes, você tem que ver o abismo para agir", disse ele. "Nós temos que ter certeza de que nós não estamos retirando a pressão para agir sobre os que, na verdade, são os responsáveis por resolver a crise."

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