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Cadeia de Produtos Agrícolas e Pecuários Exportáveis Inflacionará Mercado Interno

Publicado 14.09.2020, 10:13
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O alarido em torno do arroz foi muito pontual porque apontou para um produto que, além do preço, revelou risco de desabastecimento, o que levou o governo a adotar medidas focando a importação.

Mas, este é um fato e risco que está atingindo de forma contundente toda a cadeia de produtos agrícolas e pecuários exportáveis, como consequência da forte demanda do mercado externo e da distorção de preço provocada pelo “câmbio alto” fora do ponto, que assim, repercute os preços externos convertidos para o mercado interno e impactam forte no processo inflacionário brasileiro.

Este fato está entrando no auge e se torna perceptível com o agravamento dos reajustes dos produtos, em especial, da cesta básica e torna presente também o risco de desabastecimento devido ao país não ter um política de estoques mínimos reguladores, fundamental para quem se intitula e é “celeiro do mundo”.

E esta é uma ocorrência inevitável, pois não se espera de parte do governo medidas de contingenciamentos de exportações, e, ações de contenção de altas de preços na ponta distribuidora poderão provocar o agravamento com desabastecimento e maior encarecimento.

O agravante é que o IBGE não capta e imputa esta realidade ao IPCA. Um leitor de nossos posts salientou que: “ ocorreu mudança metodológica na mensuração da inflação pelo IBGE e incluíram método econométrico de elasticidade de substituição automática para além do cálculo da cesta de consumo. Simplificando, temos o índice reduzido à médias geométricas em que os preços que sobem mais tem seu peso automaticamente diminuído e os preços que sobem menos ou descem tem seu peso incrementado independente da pesquisa original das proporções dos produtos consumidos na cesta de consumo pesquisada e vigente. Não é a inflação que é demasiada baixa é a mensuração que embute um viés de baixa. (www.shadowstats.com/article/consumer_price... e www.shadowstats.com/alternate_data/inflation-charts).

Se procedente este é um detalhe preocupante visto que o IGP-M capta a inflação em sua grandiosidade e aponta para 15% este ano e o IPCA aponta para 2% ou pouco mais e este é um fator de redução de renda e capacidade de consumo da população visto que salários são reajustados pelo IPCA e serviços e contratos pelo IGP-M.

A realidade é que o “novo novo” no Brasil sugere que são necessários ajustes e que o “câmbio alto” e “juro baixo” estão descompassados e precisam ser revistos, mas a dificuldade do governo agora é em “trocar o pneu com o carro andando” e isto tecnicamente é quase impossível.

O “câmbio alto” que é uma estratégia de programa de governo focando inúmeros objetivos, até o momento com baixo sucesso, já sobejamente expostos em posts anteriores, se revela um pouco acima do que seria o seu ponto de equilíbrio para o preço da moeda nacional versus o dólar americano, mesmo se considerando o risco fiscal do Brasil.

O preço atual tecnicamente poderia ser suportado sem perder a característica desejada pelo governo de criar atratividade ao país e estimular as exportações, etc. etc., no em torno de R$ 5,00 ou um pouco abaixo, pois o país não tem perspectiva de demanda legítima no mercado de câmbio a vista e tem reservas confortáveis e mercado de derivativos sofisticado e, desta vez, se a crise fiscal se agravar o câmbio não deverá ser o ponto mais acentuado de repercussão e esta parece ser a percepção do mercado global que mantém o nosso CDS já precificando este fato no entorno de 200 pontos.

Contudo, como o “câmbio alto” foi desenvolvido como uma ideia sem parâmetros e ao longo foi contaminado por fatores diversos acabou se estabilizando no intervalo de R$ 5,00 a R$ 5,50, sem que haja uma base fundamentalista clara e consistente, e agora o governo não tem como impulsionar a baixa que precisa de motivos de mercado para apreciar o real, ou seja, maior fluxo de ingresso de recursos externos no país.

Por outro lado, o noviciado do “juro baixo” não criou motivação na dimensão do anseio do governo e, a despeito da inflação baixa com as ressalvas já postas sobre metodologia, de investimentos crescentes pelo setor produtivo visando retomada da atividade econômica, tendo se prestado a repercutir favoravelmente nos custos de carregamento da Dívida Pública, que agora pode, até em razão deste fato, revelar alguma dificuldade de rolagem e ser o ponto mais afetado nas atuais circunstâncias pela crise fiscal, diferentemente do preço do dólar.

A conclusão mais óbvia é que há indícios consistentes de que o câmbio precisa estar num patamar mais baixo e o juro num patamar mais elevado para se ter um ambiente mais equânime com o quadro atual da economia brasileira.

Como já salientamos, enganam-se os que consideram que são os rentistas que desejam um juro maior pela “cultura” visto que podem deslocar suas aplicações para IGP-M, se considerarem desinteressante a Bovespa neste momento de economia com desempenho indefinido.

O ponto fundamental é que o juro um pouco acima do parâmetro atual poderia atrair os investidores estrangeiros em renda fixa, o que melhoraria o fluxo cambial e traria benefícios múltiplos como melhora da facilidade de rolagem da Dívida Pública e impacto efetivo e legítimo de apreciação no preço do real conduzindo-o ao preço mais equânime com a realidade brasileira.

Aumentar o juro iria contra as expectativas do mercado, mas seria efetivamente a forma do governo colocar “ordem na casa”, promovendo tecnicamente o ajuste do preço do dólar no nosso mercado e atenuando, com a apreciação do real, os impactos inflacionários relevantes que ocorrem no momento.

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Últimos comentários

Sr. Nehme, me permita um ponto: empobrecemos e muito desde março, fato. Disso deriva um problema econômico: quando e como chegará a conta; e um problema político: quem pagará a conta. Este último será, ao que parece, como de costume, resolvido em favor do estamento estatal e associados. Eles não pagarão e, portanto, reformas a bem da economia, se vierem, virão pontuais e de efetividade difusa no tempo (vide a administrativa proposta). O primeiro problema, smj, como que fica prejudicado pelo segundo. Aumentar juros pode baixar o dólar e, por conseguinte, controlar a inflação, desde que se vislumbrasse controle do déficit público. Problema é que, smj, aparecerão demandas (de liquidez, arrocho na oferta de crédito etc) que tenderão a ser enfrentadas com mais déficit. Juros na Argentina estão acima de 20% desde antes de 2015! E olha a inflação lá no período. Empobrecemos, retrocedemos, a conta vai chegar e não será com (só) com política monetária que num passe de mágica tudo se resolverá.
Para quem não sabe, isso se chama mercado!!
Quero ver o dólar baixar e o BCE perder com a desvalorização do dólar e ter que pegar fundos do tesouro pra cobrir rombos.
Quero ver o dólar baixar e o BCE perder com a desvalorização do dólar e ter que pegar fundos do tesouro pra cobrir rombos
O país ficou desgovernado. Mesmo assim defendem o governo a ferro e fogo. Isso chega a ser doença. Estamos nos tornando uma Venezuela no modo de pensar, mesmo passando fome a maioria dos venezuelanos defendem o Maduro. O Guedes poderia fazer o dólar cair em dias, não faz porque quer ajudar meia dúzia de exportadores, prejudicando milhões de brasileiros, principalmente os assalariados.
Imagem o país assim e ainda sofrendo com embargos dos EUA, pensa nisso. Não defendo o Maduro é só uma questão de lógica
Imagem o país assim e ainda sofrendo com embargos dos EUA, pensa nisso. Não defendo o Maduro é só uma questão de lógica
KKKKKKKKKKK
Meu avô plantou arroz no Rio Grande do Sul e acabou a vida pobre apesar de ter trabalhado duro. Melhores preços ao agricultor estimulam a produção e melhoram qualidade de vida de quem da duro neste país. A situacão atual e temporaria e vai aumentar a producao. Mas nao adianta, enquanto isso, os ministros do STF ahmentam seus salario enquanto quem trabalha so sofre. Vamos ser decentes !!!
Aumentar a produção pra exportar e cobrar aqui um valor absurdo, pra um povo sem poder de compra? Para de focar no STF e foca nos verdadeiros problemas do país: o Presidente e o Ministro.
Realmente o STF tem supersalários, e pior garantidos pelo bolsonaro
Falar isso agora, até eu! kkkkQueria ver falar isso 1 mês atrás...
Está falando bem antes de 1 mês colega.
Realmente estamos num corner
laissez faire, laissez aller
Parece jornalista esportivo. Palpiteiro. tem a ousadia de sugerir medidas para quem conseguiu reverter uma situação aparentemente sem solução. Dizer que as medidas do governo são "sem sucesso" é desonestidade intelectual. Os números pré pandemia apontavam para recuperação, vide a criação de empregos. Fato que o autor ignora para criar a narrativa. Haverá inflação ? Sim conforme as pessoas tem aumento no poder de compra elas compram. A inflação será aquela que vivemos no passado (resultado da emissão de moeda sem o devido lastro) ? NÃO. Mas o autor parece querer a inflação, talvez por motivos políticos, ou mesmo econômicos, certeza ninguém tem.
 , não precisa procurar nenhuma sigla diferente, para destruir seu discurso enviesado, basta olhar para o número de desempregados (caiu, amaldiçoadamente, caiu, apesar de toda narrativa deste planeta houve uma redução do número de desempregados. Aprenda a diferenciar fatos de narrativas.
Eu acho que vc já se esqueceu do pibinho antes da pandemia, acorda gado, pais em crescimento aonde?
replicador de discurso fake news. Brasil ta assim por conta da ignorancia de pessoas como o sr José. Papagaio de manobra ops massa de manobra.
O câmbio alto deu ganho fiscal ao Brasil de 598 Bilhões.
Precisa entender de contas públicas e apuração efetivo de lucros nas contas de moedas. aquilo foi uma bicicleta monetizaram um lucro puramente contábil de ajuste de valor de estoque. Ganho efetivo só quando vender a moeda.
Interessante, Ana, um bando de vítimas do letramento vem junto fazer coro de dislike, na óbvia e única saída para o país que é o liberalismo econômico, gente que não consegue diferenciar fatos de narrativas.
Uma pergunta pro autor, qual o seu valor "Correto" de Selic e dólar então? Pelo texto não dá a impressão que você realmente discorda da tese juros menor e dólar mais alto pro Brasil, simplesmente que discorda do quanto seria essa Selic menor e o dólar mais alto...
 hahaha falam tanto na falta de "auto análise do PT" e eu nunca vi um neoliberal fazer uma análise séria sobre os fundamentos do liberalismo. Veja as experiências da escola de Chicago, que a chuchuca tanto gosta. Não é possível crer que o livre mercado atenderá os anseios de justiça social da população: é um sistema escravocata. Tem que ser muito burro pra apoiar isso, sério. A palavra é burrice mesmo ahah
 , os países com as melhores condições sociais, são os países ditos liberais. Sem leis trabalhistas. Aceite fatos. O PT nunca fez auto análise, se tivesse feito, não teria como ídolos genocidas homofóbicos. Isso não significa que não reconheça no Lula um bom governante, seguiu princípios liberais (que você parece odiar) e fez a óbvia lição de casa (gastar manos do que arrecada). O interessante é aqueles que tem a mente travada em uma ideologia assassina tem a ousadia de chamar quem pensa diferente de gado."Acuse-os do que você faz"Lênin não podia estar mais certo.
 , lendo com mais cuidado, percebi que você não usou nenhum argumento.
BC pode fazer o que quiser, mas é o Mercado que decide os juros que aceita pro Brasil, só ver o comportamento da curva de juros, curto médio e longo prazo...
Excelente artigo e pensamento. Tendo o Brasil essa ferramenta disponível (moeda própria) será de aproveitar e em contraciclo com as políticas monetárias mundiais (dólar e euro, prisioneiros de si próprios) ser o primeiro a dar um passo em frente na correção que será necessário implementar nas moedas mundiais.
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