EUA sinalizam publicação de documento da Seção 301 sobre Brasil no diário oficial desta sexta
O anúncio de aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos para o café brasileiro, de 10% para 50%, intensificou as incertezas do setor global da commodity. Segundo pesquisadores do Cepea, essa mudança abrupta nas regras comerciais intensificou a instabilidade nos valores externos e internos do grão – vale lembrar que o Brasil é líder mundial na exportação de arábica. Pesquisadores do Cepea destacam que o Brasil é origem de cerca de 25% das importações norte-americanas de café, e uma tarifa de 50% se configura como uma grande desvantagem ao produto nacional e gera incertezas quanto ao escoamento da safra brasileira. A Colômbia, segunda maior fornecedora aos EUA, permanece isenta de tarifas, enquanto o Vietnã, maior exportador de robusta, até o momento, tem alíquota de 20%. Apesar de o Brasil possuir outros mercados, inclusive o doméstico, pesquisadores do Cepea apontam que, para absorver uma possível retração da demanda norte-americana, essa realocação é complexa, dada a importância e o dinamismo da indústria de torrefação dos EUA. Dessa forma, pesquisadores do Cepea indicam que o mercado aguarda novos desdobramentos nas negociações comerciais entre os dois países, e, até lá, as oscilações nos mercados externos e, por conseguinte, interno devem persistir.
ARROZ: Aquecimento na demanda mantém preço firme pela 3ª semana seguida
Os preços do arroz em casca seguem firmes no mercado sul-rio-grandense, apontam dados do Cepea. Trata-se da terceira semana consecutiva de avanço nos valores do arroz, que, agora, acumulam 2,2% de alta na parcial de julho – vale lembrar que, em junho, a queda foi de 6% e, na parcial do ano, a baixa está acima dos 30%. Pesquisadores do Cepea indicam que foi observada maior presença compradora, visando renovar estoques. Já vendedores estão mais afastados das negociações, o que forçou indústrias a elevar os valores de suas ofertas. Produtores consultados pelo Cepea seguem preocupados também com a nova safra, diante dos preços considerados baixos e com apreensão com a guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, que pode elevar os preços dos insumos. Em relatório divulgado neste mês, a Conab estimou produção de arroz da safra 2024/25 em 12,32 milhões de toneladas, 16,5% acima da temporada 2023/24. No contexto mundial, também em julho, o USDA reduziu em ligeiro 0,1% a estimativa de produção global de arroz para a temporada 2025/26, para 541,27 milhões de toneladas.
ALGODÃO: Colheita mantém preço interno em queda
Os valores do algodão em pluma estão em queda no Brasil. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da colheita de uma safra que deve ter produção recorde. Em relatório divulgado neste mês, a Conab estimou a safra 2024/25 em 3,938 milhões de toneladas, volume 6,4% acima da temporada 2023/24. Já no mercado externo, os valores do algodão estão em alta, reagindo à boa demanda internacional pelo produto norte-americano. Também em relatório divulgado em julho, o USDA prevê a produção mundial de algodão da safra 2025/26 em 25,783 milhões de toneladas, com recuo de 1,2% frente à temporada 2024/25. CAROÇO DE ALGODÃO – Levantamento do Cepea mostra que o mercado de caroço de algodão está um pouco mais movimentado neste mês, com compradores em busca de lotes da safra nova (2024/25), que, ressalta-se, estão entrando de forma gradativa. Vendedores consultados pelo Cepea, por sua vez, estão dando preferência para a entrega e cumprimento de contratos a termo realizados anteriormente.