As exportações brasileiras de café acumuladas nos três primeiros meses da safra atual (de julho/24 a setembro/24) somam 12,05 milhões de sacas, um recorde para um primeiro trimestre de temporada, considerando-se toda a série histórica do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), iniciada em 1990. Segundo pesquisadores do Cepea, o desempenho positivo reflete a forte demanda sobretudo pelo café robusta. Demandantes internacionais se voltaram ao Brasil devido a problemas enfrentados na produção do Vietnã (maior produtor de robusta mundial) e também no envio de café para a Europa. Diante desse contexto, levantamentos do Cepea mostram que 2024 vem sendo marcado por fortes aumentos de preços no mercado doméstico. Na parcial deste ano (até 14 de outubro), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista acumula elevação de 50%; para o robusta, o avanço é ainda maior, de expressivos 87,7%, conforme o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo.
ARROZ: Preços sobem em setembro; atacado acompanha mercado externo
Os preços médios do arroz subiram em todos os segmentos em setembro. Já na parcial do ano, enquanto os valores ao produtor acumulam queda, as cotações no atacado e varejo registram altas. Segundo dados do Irga, a média do arroz beneficiado, em set/24, foi de R$ 160,05/sc de 30 kg, elevação de 11,4% frente à de ago/24. No mesmo período, os preços ao produtor subiram 1,1%, segundo o Cepea, e no mercado varejista, 0,44%, conforme o IBGE. Pesquisadores do Cepea chamam a atenção ao fato de os valores do arroz beneficiado no atacado seguirem próximas às variações do arroz beneficiado no mercado externo. Em 12 meses, a média nominal do arroz importado, já em Reais, subiu 38,4%, sendo 27,3% apenas em 2024.
ALGODÃO: Liquidez segue baixa; área da safra 24/25 deve crescer
Com cerca de 2/3 da produção deste ano beneficiada, o foco continua sendo o cumprimento de contratos, mantendo baixa a liquidez no mercado spot de algodão em pluma. Enquanto isso, pesquisas do Cepea apontam que a boa rentabilidade da cultura vem atraindo produtores, sendo esperado novo crescimento de área para a safra 2024/25. Em relatório divulgado nessa terça-feira, 15, a Conab estimou a área nacional de algodão em 2 milhões de hectares, 2,9% superior à da temporada 2023/24. Para a produtividade, é prevista queda de 3,1%, a 1.831 kg/ha. Assim, a produção no Brasil ficaria 0,2% abaixo da registrada na safra 2023/24, totalizando 3,67 milhões de toneladas.