As negociações envolvendo o café arábica seguem lentas no Brasil, visto que a maior parte dos produtores está concentrada na colheita. Segundo levantamento do Cepea, dentre as praças acompanhadas, os trabalhos estão mais adiantados na Zona da Mata, onde de 10 a 20% do volume total havia sido colhido até a última semana. Em Garça (SP), na Mogiana (SP) e no Sul de Minas, as atividades somam de 5 a 15% da produção estimada. Já no Cerrado Mineiro, a colheita soma de 5 a 10% do volume esperado. Em algumas regiões, precipitações nas últimas semanas chegaram a interromper pontualmente a colheita da safra 2021/22, especialmente no Noroeste do Paraná e em Garça (SP).
ARROZ: EM QUEDA CONSECUTIVA HÁ MAIS DE UM MÊS, PREÇO VOLTA A PATAMAR DE AGO/20
Os preços do arroz em casca estão há pouco mais de um mês em queda consecutiva no Rio Grande do Sul. Na parcial deste mês (até o dia 15), o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada e pagamento à vista) caiu 8,25%, fechando a R$ 72,80/sc de 50 kg na terça-feira, 15, o menor patamar desde o dia 10 de agosto do ano passado, em termos nominais. Segundo pesquisadores do Cepea, compradores e vendedores de arroz em casca vêm disputando de forma acirrada os valores de negociação do produto no Rio Grande de Sul. Vendedores têm resistido a comercializar a preços mais baixos, e, assim, limitam a oferta do cereal no spot gaúcho. Apenas alguns orizicultores disponibilizam um volume um pouco maior, especialmente para pagamentos rápidos e/ou antecipados e a retirar. Compradores, por sua vez, tentam reduzir as cotações, alegando proximidade entre os valores atuais e os da paridade de importação. Ainda assim, a pressão de demandantes predomina e mantém os valores em queda.
ALGODÃO: VALORES ESTÃO FIRMES NO BRASIL
Os preços do algodão em pluma estiveram relativamente estáveis no Brasil na primeira quinzena de junho, mas ainda em patamares elevados. Inclusive, pesquisadores do Cepea ressaltam que os valores internos da pluma operam acima dos da paridade de exportação há cerca de dois meses, indicando a atratividade das vendas domésticas em detrimento das externas. Entretanto, o mercado brasileiro deve absorver apenas 17% da disponibilidade interna, o que exige exportações de altos volumes. Por enquanto, os embarques caminham para um novo recorde mensal. Em apenas oito dias úteis, foram exportadas 47,2 mil toneladas, conforme a Secex, o que corresponde a 83,2% do volume total escoado em junho/20 (21 dias úteis). A média diária de embarques está atualmente em 5,9 toneladas, 7,5% acima da média diária de maio/21 (5,5 mil toneladas).