O próximo vencimento set-25 encerrou a semana @ 303,75 centavos de dólar por libra-peso. Apesar do fechamento ter sido apenas 1.130 pontos abaixo do fechamento da semana anterior (315,05 x 303,75 centavos de dólar por libra-peso), o set-25 chegou a oscilar mais de 6.000 pontos considerando as amplitudes diárias. Com o avanço da guerra durante o final de semana o mercado abriu a segunda feira com +1.125 pontos de alta (chegando a negociar na máxima da semana @ 327,55 centavos de dólar por libra-peso). No dia seguinte o set-25 voltou a cair 1.600 pontos negociando @ 311 centavos de dólar por libra-peso.
Na quarta-feira, com a entrada da primeira onda polar a primeira geada já veio. O mercado abriu estressado, com quase 1.200 pontos de alta (máxima do dia @ 322,60 centavos de dólar por libra-peso), chegou a trabalhar no negativo (caindo -300 pontos) para em seguida voltar a subir +500/600 pontos e encerrar o dia em queda de 400 pontos @ 304,50 centavos de dólar por libra-peso.
Os fundos + especuladores continuaram “empurrando” o mercado para baixo. Na sexta-feira, o suporte dos 300 centavos de dólar por libra-peso rompeu com força. O set-25 voltou a negociar nas mínimas dos últimos 6 meses @ 293,15 centavos de dólar por libra-peso. No final do pregão o mercado reverteu com provável recompra e realização dos lucros por parte dos “vendidos”. Para quem “acertou a mão” 3.200 pontos representam 42 US$/saca!
O volume médio diário ficou ao redor dos 30.000 lotes/dia. E o R$ valorizou na semana +1,62% encerrando abaixo dos 5,50 R$/US$ @ 5,48 R$/US$.
Junto com o “efeito geada” (que provou ter sido muito pontual e poucos danos nas principais áreas produtivas) o USDA também divulgou o seu relatório de “oferta x demanda” para a safra atual 25/26 colocando um pouco de “água no chopp” do produtor brasileiro.
Em números gerais o USDA projeta uma oferta global em 178,70 milhões de sacas e um consumo global em apenas 169,40 milhões de sacas. Ainda segundo o USDA, o estoque de passagem final deverá continuar bem justo em apenas 22,80 milhões de sacas.
Com base nos dados do USDA então o índice “estoque x consumo” estará “tranquilo” em +13,46%.
Para o USDA, a safra brasileira 25/26 está prevista para 65 milhões de sacas (24,10 milhões de sacas do café tipo robusta e 40,90 milhões de sacas do café tipo arábica). E o estoque de passagem deverá encerrar em apenas 1,70 milhões de sacas!
Segundo a previsão do USDA, o Brasil terá um estoque de passagem da safra 24/25 para a safra atual 25/26 em apenas 640 mil sacas! Ora, esse estoque, se correto, não consegue abastecer nem mesmo 1 mês do consumo interno brasileiro...
Para o próximo semestre o mercado estará monitorando os seguintes pontos:
- produção brasileira do café arábica: muitos produtores seguem informando que estão tendo quebras entre 10-30% nos seus secadores. Então, muitos questionam mesmo se a safra do café irá cair apenas 1,20 milhões de sacas conforme estimativa do USDA e ser superior a 40 milhões de sacas (safra 24/25 em 44,90 x safra 25/26 em 43,70 milhões de sacas);
- consumo mundial: com base no USDA, o consumo mundial é estimado em 169,40 milhões de sacas e com base na OIC o consumo mundial é estimado acima dos 184 milhões de sacas! Ou seja, existe uma diferença nas estimativas entre os 2 principais levantamentos em +/- 14,60 milhões de sacas!
- clima: o “mercado de clima” ainda precisa atravessar mais 83 dias referente ao inverno brasileiro. E nesse período novas frentes frias deverão aparecer aqui no hemisfério sul; Para os próximos 10-15 não existe nenhuma previsão para entrada nova frente fria;
- florada durante agosto-outubro-25: praticamente todo o mercado já está de olho na próxima florada. Se o inverno for tranquilo e se a próxima florada vingar então a próxima safra brasileira 26/27 deverá sim ser uma safra recorde – podendo facilmente superar as 80 milhões de sacas.
- aceleração nas compras por parte das tradings para antecipar os embarques durante o período out-novembro-25 para o produto chegar nos portos europeus antes do dia 31 de dezembro de 2.025! Lembrando que a partir do dia 01 de janeiro de 2.026 as novas regras “antidesmatamento” IMPOSTAS pela Europa pelos “líderes europeus” e com a subserviência “feudal” de “líderes brasileiros” entrará em vigor.
- posição dos fundos + especuladores: com base na última publicação do CFTC a posição comprada dos fundos + especuladores está em 17.600 lotes. Então, existe espaço tanto para novas compras como para novas vendas – podendo voltar a ficar “vendida” em -20/-30.000 lotes ou comprada acima dos 40.000 lotes;
O mercado interno no café arábica chegou a negociar abaixo dos 1.900 R$/saca e o café robusta abaixo dos 1.100 R$/saca.
Interessante notar que o café robusta aparentemente encontrou um suporte bem forte nos 3.500 US$/tonelada e o diferencial de compra melhorou um pouco para -200/-300 US$/tonelada (estava sendo praticado -600/-700 US$/tonelada). Aparentemente abaixo dos 1.000 R$/saca o produtor do café tipo robusta já começa a querer segurar suas vendas e aguardar...
Segundo a Cecafém a exportação no mês de junho-25 deverá ficar ao redor dos 2,50 milhões de sacas. Então, o Brasil encerrará o ano safra julho-24/junho-25 exportando +45,40 milhões de sacas – lembrando que a estimativa inicial prevista por vários analistas estava entre +37/+40 milhões de sacas.
No curto prazo os fundos + especuladores “vendidos” continuam com a “faca e o queijo nas mãos”. O fechamento da semana foi muito negativo com novas mínimas sendo atingidas nos 3 próximos vencimentos (set-25 @ 293,15 centavos de dólar por libra-peso; dez-25 @ 288,00 centavos de dólar por libra-peso; e março-26 @ 282,75 centavos de dólar por libra-peso). Assim, enquanto não surgir nenhuma notícia “altista”, a confirmação real da quebra no rendimento na safra do café arábicas continuar em xeque pelo “mercado”, então, se esses mínimas foram testadas e rompidas nos próximos 5-15 dias, o mercado tem tudo para cair mais 4-6.000 pontos.
No curto prazo o set-25 encontra suportes muito importantes @ 293,15 / 280,00 / 260,00 / 240,00 e por fim nos 218,00 centavos de dólar por libra-peso.
E resistências relevantes @ 309,00 / 318,00 / 322,00 / 357,00 / 363,00 / 380,00 e 406,00 centavos de dólar por libra-peso.
Produtor: como sempre, PROTEJA-SE!
Boa semana a todos!