Os preços do café seguem oscilando fortemente nos mercados interno e externo. Segundo pesquisadores do Cepea, isso se deve às especulações quanto ao volume esperado para a safra brasileira de 2024/25, além das variações cambiais e do comportamento do clima. Diante desse cenário, o ritmo de negócios continua lento no spot nacional, com agentes retraídos, sobretudo produtores. Colaboradores do Cepea relatam, ainda, que bons volumes de café da temporada 2023/34 também estão estocados, com vendedores pretendendo comercializar lotes apenas em caso de necessidade de “fazer caixa” para compromissos de curto prazo. Ao mesmo tempo, pesquisadores do Cepea indicam que o mercado pode ganhar ritmo nos próximos meses com o início da colheita da safra 2024/25. Por enquanto, as expectativas quanto à produção são boas: espera-se que o atual ciclo cresça frente a 2023/24, mas um clima favorável para o início das atividades no campo é fundamental para que a temporada seja realmente positiva.
ARROZ: INDICADOR ACUMULA SEIS SEMANAS SEGUIDAS DE QUEDA
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do arroz em casca seguem em queda há seis semanas, conforme o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, pagamento à vista). Desde o dia 9 de janeiro, quando foi registrado o maior valor nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 2005 para o produto, o recuo é de expressivos 19%. Segundo pesquisadores do Cepea, compradores permanecem ausentes das negociações no spot, aguardando a entrega mais efetiva de arroz da nova safra. Engenhos dão preferência ao produto depositado, reforçando a baixa liquidez.
ALGODÃO: APÓS ATINGIR R$ 4,3/LP, INDICADOR VOLTA PARA CASA DOS R$ 4,2/LP
Depois de superar os R$ 4,30 por libra-peso no último dia 20 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma voltou a oscilar na casa dos R$ 4,20/lp. Na parcial do mês (até o dia 26), porém, acumula alta de 6,4%. Segundo pesquisadores do Cepea, vendedores se mostram capitalizados, mantendo-se firmes nos valores pedidos, respaldados nos atuais patamares externos. Produtores estão atentos ao bom desenvolvimento do algodão da safra 2023/24, enquanto os que ainda detêm a pluma da temporada 2022/23 buscam boas oportunidades de venda. Comerciantes dão prioridade para realizar negócios “casados”. Algumas indústrias, por sua vez, têm procurado adquirir a fibra para o curto prazo e também para novos contratos a termo, ainda que de forma cautelosa, devido ao repasse dos custos aos manufaturados. Empresas com maior necessidade de compra no spot ofertam valores maiores, na tentativa de atrair vendedores, especialmente para lotes de qualidade superior, conforme pesquisadores do Cepea.