Os preços do café arábica têm oscilado com certa força neste começo de novembro, evidenciando que o setor tem passado por um momento de incertezas. Segundo pesquisadores do Cepea, por um lado, a pressão sobre os valores vem sobretudo do clima favorável às lavouras brasileiras. Chuva registradas entre o encerramento de outubro e início de novembro em importantes praças produtoras de arábica favoreceram as lavouras – agentes de mercado, no momento, têm boas expectativas para a colheita em 2024. Por outro lado, a diminuição dos estoques certificados na Bolsa de Nova York e possíveis quedas nas produções da Colômbia e também do Vietnã elevaram os preços externos do café arábica e, consequentemente, os internos. Pesquisadores do Cepea indicam também que problemas logísticos no Brasil, como falta de contêineres e congestionamento de navios, reforçaram o movimento de alta internacional em alguns períodos – vale lembrar que o Brasil é o maior exportador global da commodity.
ARROZ: INDICADOR ATINGE RECORDE NOMINAL
Os preços do arroz em casca seguem firmes nestes primeiros dias de novembro, seguindo a tendência que vem sendo observada desde final de junho deste ano. Inclusive, a média ponderada do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), opera nos maiores patamares nominais da série histórica do Cepea, iniciada em julho de 2005. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte vem da menor disponibilidade do produto, devido à redução da oferta em 2023, à manutenção do consumo interno e ao bom ritmo das exportações. No geral, compradores estão mais ativos nas negociações, buscando formar estoques para um período maior – esses demandantes estão atentos à possível continuidade das altas neste período de entressafra. Produtores, por sua vez, seguem firmes em suas posições, com preocupações com as condições climáticas instáveis no Sul, que impactam o cultivo da nova safra.
ALGODÃO: INDICADOR VOLTA A OPERAR ABAIXO DE R$ 4/LP
Os preços do algodão em pluma, que atingiram a casa dos R$ 4 por libra-peso no encerramento de outubro, voltaram a cair neste começo de novembro. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão vem das baixas nos valores externos e da paridade de exportação. Além disso, vendedores nacionais consultados pelo Cpeea estiveram um pouco mais flexíveis nos valores de negociação. A queda no preço interno, contudo, foi limitada pela posição firme de uma parcela dos vendedores, especialmente cotonicultores. Do lado da demanda, parte das indústrias se abastece com a matéria-prima de contratos a termo, enquanto outras empresas estão ativas no spot, adquirindo o produto tanto para entrega imediata e/ou realizando algumas novas programações.