Impacto econômico direto dos gastos com IA é "mais moderado do que frequentemente citado", diz BCA
A segunda quinzena de setembro vem sendo marcada por quedas de preços no mercado de café, conforme apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da expectativa de chuvas mais expressivas nas regiões produtoras do Brasil, da realização de lucros e da liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York (ICE Futures), após fortes altas, além da possibilidade de que as tarifas dos Estados Unidos sobre o café sejam retiradas. Pesquisadores ressaltam que, mesmo com a essa forte retração, os preços seguem em patamares elevados, ainda influenciados pela oferta restrita, pelos estoques reduzidos e pelo fato de o café brasileiro estar, até o momento, sobretaxado nos EUA. Entre 15 e 22 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, caiu 10,2%, fechando a R$ 2.133,08/saca de 60 kg no dia 22. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, recuou 11,1% de 15 a 22 de setembro, fechando a R$ 1.313,22/sc de 60 kg.
ARROZ: Preço é o menor desde junho de 2020
Levantamento do Cepea mostra que os preços do arroz em casca seguem em queda, com o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechando o último dia 19 de setembro a R$ 61,89/saca de 50 kg, o menor valor desde junho de 2020. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão está atrelada à baixa liquidez e à menor paridade de exportação, influenciada pela desvalorização do dólar frente ao Real. Pesquisadores explicam que, nos últimos dias, parte dos agentes optou por se retirar temporariamente do mercado, aguardando maior estabilidade; aqueles que seguiram ativos realizaram operações pontuais – foi o caso sobretudo de produtores que precisavam levantar recursos para custear a semeadura da safra 2025/26. Desmotivados pelo recuo nas cotações, produtores sinalizam diminuir consideravelmente a área de arroz nesta temporada, ainda conforme levantamento do Cepea.
ALGODÃO: Exportações retomam vantagem sobre vendas internas
Depois de cinco meses consecutivos de vantagem para as vendas internas de algodão, os embarques da pluma voltaram a ser mais atrativos em setembro, conforme aponta análise do Cepea. A média recebida pela pluma exportada na parcial deste mês está em R$ 3,9410/lp (segundo a Secex), 5,6% acima da registrada no mercado doméstico (de R$ 3,7322/lp – de acordo com o Cepea). Com as vendas externas mais atrativas, agentes brasileiros têm priorizado os embarques de algodão em pluma. Segundo pesquisadores do Cepea, a colheita na fase final e o avanço do beneficiamento ajudaram a acelerar as exportações da pluma. Em 15 dias úteis de setembro, foram escoadas 104,6 mil toneladas, 79,3% a mais que o total de agosto (58,35 mil t), mas ainda 38,3% abaixo do volume de setembro/24 (169,5 mil t), segundo a Secex.