A maior disponibilidade no mercado brasileiro, a demanda enfraquecida e o recuo das cotações internacionais do café robusta têm pressionado os valores dessa variedade no Brasil, segundo informações do Cepea. No acumulado parcial de janeiro (até o dia 16), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6 já caiu 8,2% e fechou a R$ 326,96/saca de 60 kg nessa terça-feira. Quanto ao arábica, a perspectiva de boa produção em 2018/19 tem mantido os preços internos e externos do arábica em patamares menores na comparação com os verificados no começo de 2017. Apesar de a falta de chuva no início do desenvolvimento da temporada 2018/19 ter afastado a possibilidade de supersafra, o clima passou a favorecer a lavoura a partir de outubro, auxiliando no pegamento das flores e chumbinho e no enchimento dos grãos.
ARROZ: COM DEMANDA ENFRAQUECIDA, CASCA SE DESVALORIZA
O mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul tem apresentado lentidão, segundo indicam pesquisadores do Cepea. Apenas indústrias com necessidade de repor estoque estão presentes no mercado, dando preferência ao arroz depositado em seus armazéns. Demais beneficiadoras, incluindo as de outros estados, seguem trabalhando com estoque já adquirido. Esse cenário se deve ao fraco ritmo das negociações com os setores atacadistas e varejistas dos grandes centros consumidores. Do lado vendedor, também de acordo com informações do Cepea, alguns orizicultores disponibilizaram seus lotes, alguns de arroz “livre” (armazenado nas propriedades rurais), para esvaziamento e limpeza dos silos, para receber a nova colheita da safra 2017/18. Outros produtores seguem fora do mercado, atentos apenas ao manejo da lavoura. O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, fechou a R$ 37,13/saca de 50 kg nessa terça-feira, 16, recuo de 0,64% na parcial de janeiro (até o dia 16).
ALGODÃO: DEMANDA ELEVA PREÇO EM 2,4% EM UMA SEMANA
Muitas indústrias têxteis retomaram as atividades depois do recesso de fim de ano, com necessidade de refazer estoques. Assim, conforme indicam pesquisadores do Cepea, essa maior demanda tem mantido as cotações do algodão em pluma em alta. De 9 a 16 de janeiro, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 2,38%, fechando a R$ 2,8222/lp na terça-feira, 16. Na parcial de janeiro, o aumento é de fortes 5,9%. O levantamento de safra da Conab, divulgado no último dia 11, elevou a estimativa de produção da safra 2017/18 para 1,7 milhão de toneladas, crescimento de 11,4% frente à temporada anterior. As boas perspectivas de mercado/preços deram suporte ao aumento da área semeada, de 11,9% (1,05 milhão de hectares).
MELÃO: PREÇO NO VALE SUPERA O DO RN/CE EM 2017
Com a crise hídrica no Vale do São Francisco (BA/PE) no ano passado, alguns produtores de melão dessa região investiram mais em tecnologia, na tentativa de garantir a qualidade das frutas. Com isso, o melão baiano/pernambucano teve boa demanda, tanto por parte de compradores nacionais quanto de estrangeiros – produtores do Vale reportaram vendas (ainda restritas) a alguns países da América Latina, Europa e Ásia. Assim, de acordo com informações do Hortifruti/Cepea, os melões do Vale tiveram preço maior frente aos do Rio Grande do Norte/Ceará em 2017. Entre abril e julho, o valor recebido pela caixa de 13 kg do melão amarelo no Vale foi 5% superior ao do RN/CE. Neste primeiro semestre de 2018, as cotações podem ser pressionadas se houver problemas com a qualidade, que pode ser prejudicada pelas chuvas previstas para o período.