Pressionados pela valorização do dólar e pela previsão de chuvas nas origens brasileiras, os futuros do arábica devolveram os ganhos acumulados na semana anterior. Na contramão dessa tendência, o mercado futuro do café robusta sustentou a alta, em meio a preocupações com a oferta global desta variedade.
No Brasil, o dólar comercial foi cotado, ontem, a R$ 3,2555, com alta de 0,3% em relação ao fechamento da semana anterior. O movimento do câmbio foi influenciado pelo cenário externo de maior aversão ao risco frente às preocupações com a saúde financeira do maior banco alemão, o Deutsche Bank. A divulgação de dados que mostram recuperação da economia norte-americana também favoreceu a depreciação do real.
Em relação às condições climáticas que afetam o desenvolvimento da safra 2017/18 de café do Brasil, a Climatempo prevê chuvas sobre as principais origens produtoras até o próximo dia 13 de outubro. O acumulado das precipitações, nessas duas semanas, será da ordem de 100 milímetros na região Sul de Minas, na Mogiana paulista e no Espírito Santo.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,5015 por libra-peso, com queda de 125 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.020 por tonelada, com valorização US$ 44 em relação à última sexta-feira. Esta foi a maior cotação dos últimos 19 meses para um vencimento com liquidez elevada e reflete a preocupação com perdas na temporada 2016/17 de robusta devido aos efeitos da estiagem nas principais regiões produtoras do mundo.
No mercado físico nacional, a queda das cotações externas do arábica desmotivou a realização de negócios. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 502,48/saca e a R$ 456,29/saca, respectivamente, com altas de 1,2% e 2,0% em relação ao fechamento da semana anterior. Vale (SA:VALE5) destacar que, dada a escassez do produto no mercado, foi atingido novo recorde de preço para a saca do robusta.