MERCADO – Os preços futuros do café voltaram a registrar perdas nesta semana, devido principalmente à continuidade da força do dólar em relação ao real, fato que aumenta a competitividade das exportações brasileiras.
A perda de grau de investimento pelo Brasil, após o rebaixamento do rating soberano pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), enfraqueceu ainda mais o real. No entanto, ontem, com a realização de intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, ofertando cerca de US$ 1,5 bilhão, a moeda norte-americana teve seu ímpeto freado, fechando a R$ 3,8504, patamar levemente inferior ao registrado na sexta-feira passada, de R$ 3,8605.
As chuvas intensas dos últimos dias sobre a região Sudeste do Brasil também resultaram em pressão baixista no mercado futuro do café. Segundo a Climatempo, para este final de semana, novamente são aguardadas fortes precipitações em áreas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A partir de 15 de setembro, porém, inicia-se redução gradativa das precipitações no sudeste. No início da primavera (23 de setembro), será intensificado o sistema de alta pressão sobre o Brasil, reduzindo as perspectivas de chuvas para grande parte do País, inclusive o Sudeste, com exceção para a região Sul.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1640 por libra-peso, com queda de 275 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe seguiram tendência similar. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão de ontem a US$ 1.566 por tonelada, com queda de US$ 33 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, não foram registrados avanços nos negócios. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a volatilidade dos preços e o fôlego de caixa dado aos produtores pelas vendas de agosto têm desestimulado a oferta de novos lotes de café. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 440,74/saca e a R$ 336,04/saca, respectivamente, com variação de -2,78% e 0,16% em relação ao fechamento da semana antecedente.
O Cepea também informou sobre o andamento da colheita brasileira, que se aproxima do encerramento, conforme ilustrado no quadro abaixo. Em praticamente todas as regiões, parte dos lotes é de grãos miúdos, o que tem demandado maior quantidade de café para encher uma saca.