Os futuros do arábica devolveram os ganhos acumulados ao longo da primeira quinzena de outubro. Vendas especulativas, o comportamento do dólar e as previsões climáticas para o cinturão produtor brasileiro foram os principais fatores que direcionaram o comportamento das cotações internacionais do café nesta semana.
A moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,9075, com alta de apenas 0,9% em relação à última sexta-feira. O comportamento do câmbio continua volátil, principalmente em função da crise política e econômica do Brasil. Outro fator importante para a precificação do dólar são as expectativas quanto ao momento da alta dos juros da economia norte-americana, cujos dados recentes indicam que não ocorrerá neste ano.
No cenário climático, a previsão de chuvas sobre as regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo contribuíram para a queda dos preços do café, apesar de algumas perdas não serem reversíveis devido ao longo período de estiagem em algumas localidades. Segundo a Climatempo, nesses Estados os volumes acumulados ultrapassarão 50 mm, entre 26 e 30 de outubro. Porém, para o Espírito Santo, que enfrenta forte estiagem, os volumes deverão situar-se no intervalo de 10 mm a 30 mm.
O mercado também foi pressionado pela expectativa de oferta de maiores volumes de café pela Colômbia. Recentemente, o segundo maior produtor de arábica aprovou medidas que visam a apoiar os cafeicultores cujas produções perderam qualidade devido ao fenômeno climático El Niño. A partir de agora, o Fundo Nacional do Café poderá comprar maior porcentual de grãos de qualidade inferior. Também foi adotada uma resolução que permite a exportação do produto de qualidade inferior, porém este não receberá o certificado de origem “Café da Colômbia”.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1985 por libra-peso, acumulando perdas de 600 pontos ante o fechamento da sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta acompanhou a tendência de baixa. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.562 por tonelada, com desvalorização de US$ 51 em relação ao final da semana anterior.
Já no mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon apresentaram tendências opostas. O café arábica foi cotado, ontem, a R$ 469,24/saca, acumulando queda de 2,2% em relação ao fechamento da semana anterior. Com isso, os produtores voltaram a retrair as vendas. Já o indicador para a saca do conilon renovou o valor máximo da série do Cepea, atingindo R$ 370,09/saca, o que representa alta de 2% ante a sexta-feira passada. Com isso, o diferencial entre as variedades caiu para R$ 99,15.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo