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Câmbio: Roubando atenção dos ricos para dar ao pobre real

Publicado 06.07.2023, 08:05
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Talvez você já tenha se deparado com os prints de comentários do Robin Brooks em algum grupo de Whatsapp do mercado financeiro.

Ele virou meme no Condado, graças a uma aparente obsessão por superávits comerciais - não da China ou da Alemanha, mas sim do Brasil.

Ex-Goldman e atual economista-chefe do Institute of International Finance, Brooks chamou atenção de uma nuance local pouco notada pelos economistas e investidores tupiniquins.

Estamos tão mergulhados em nossos defeitos cotidianos que nos esquecemos que também somos capazes de desenvolver virtudes.

Às vezes, precisamos de alguém de fora para enxergar algo de dentro.

De fato, parece haver um salto estrutural no saldo comercial e, em termos mais gerais, na balança de pagamentos brasileira.

Descolamos de nossos pares latinos e passamos a acumular superávits comerciais bastante significativos ao longo do tempo, desenhando um canal de alta.

Por incrível que pareça, tais superávits não parecem ser fruto apenas da sorte, mas também do mérito de setores e entes (privados e públicos) que representam o "Brasil que dá certo", rico em vantagens comparativas.

Conforme apontou o nosso amigo Tony Volpon, o bom momentum comercial construído ao longo da última década dá sinais de ser mais confiável do que os ventos favoráveis do Lula I, pois vem alicerçado mais em quantum de exportação do que nos termos de troca.

Ou seja, menos vulnerável a quedas nos preços de commodities.

Se confirmada a tendência, e com a ajuda complementar da conta de capital, essa brincadeira pode redundar em real mais forte, crescimento potencial maior e risco soberano menor.

Quando Brooks falava em target de câmbio de R$ 4,50 dois anos atrás, tiravam sarro dele no Twitter: "o que esse gringo maluco sabe sobre economia brasileira?".

Agora, ele não parece tão maluco assim.

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