As exportações de carnes in natura brasileiras registraram recordes na primeira metade do ano, considerando a bovina, suína e de aves.
Segundo dados da Secex, foram 3,87 milhões de toneladas, aumento de 6,8% na comparação com as 3,62 milhões da primeira metade de 2022.
Apenas a carne bovina não registrou recorde, com recuo de 5,1% na comparação com o mesmo intervalo de 2022, ano que segue com o maior volume para o período. Foram 882,7 mil toneladas este ano, contra as 929,8 mil no mesmo intervalo do último ano.
Aqui cabe o destaque de que tivemos a suspensão dos embarques à China por cerca de um mês (em tempo, cerca de 16,7% do semestre), como consequência da BSE atípica no Pará. O país comprou bem nos meses seguintes e os embarques de carne bovina para o destino tiveram o segundo melhor desempenho em volume em junho último.
Voltando à visão do semestre, a carne suína teve recorde de volume (526,4 mil toneladas), com acréscimo de 14,9% na comparação com o último ano. O faturamento em dólares também foi recorde, com US$1,3 bilhão, 27,4% acima daquele na primeira metade de 2022.
A carne de aves teve recorde para quantidade, com 2,46 milhões de toneladas (+10,2 YoY), faturamento em reais (+10,6% YoY), dólares (+10,1% YoY) e preço médio da tonelada em reais (+0,4% YoY). Apenas o preço médio em dólares que já foi melhor, no primeiro semestre de 2012.
A figura 1 mostra a evolução das quantidades de carnes in natura exportadas nos primeiros semestres.
Figura 1. Exportações de carnes in natura nos primeiros semestres de cada ano, em mil toneladas.
No segundo semestre, sazonalmente exportamos mais das três proteínas.
Na média dos últimos dez anos, o aumento dos embarques na segunda metade do ano foi de 19,8% para a carne bovina, considerando volume. Para a carne suína o incremento médio foi de 16,5% e para a carne de aves o acréscimo foi de 6,2%, em média.
Considerando o grupo das três carnes, a segunda metade do ano teve aumento de 10,2% nas exportações, na média dos últimos dez anos.
Com a ponderação de que o câmbio e a situação da gripe aviária podem afetar o cenário, as expectativas para os volumes embarcados são positivas nos próximos meses.
Para 2023, o USDA projeta aumentos de 3,9% para a exportação brasileira de carne bovina, 6,8% para a carne de aves e 5,4% para a carne suína.