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A colheita da segunda safra de milho 2024/25 no Paraná, conhecida como safrinha, deve ganhar ritmo nos próximos dias, impulsionada por condições climáticas favoráveis e produtividades iniciais positivas. O estado, segundo maior produtor de milho do Brasil, tem potencial para registrar sua maior colheita da história, estimada em até 15,9 milhões de toneladas, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural).
Com cerca de 2,56 milhões de hectares plantados, a colheita ainda está em fase inicial, com menos de 16% da área colhida. No entanto, regiões como Oeste, Centro-Oeste e Noroeste já se aproximam de 70% de avanço, e o tempo firme previsto para os próximos dias deve acelerar os trabalhos de campo.
Clima, logística e estoques pesam sobre o mercado
Apesar das boas expectativas, o cenário exige cautela. A safra enfrenta riscos climáticos, como as geadas recentes que podem ter comprometido lavouras em estágio de floração. Além disso, regiões do norte do estado enfrentaram perdas de até 25% por causa de estiagem e calor excessivo no início do ciclo.
Outro desafio relevante é a logística. O volume elevado de produção já pressiona a infraestrutura de armazenagem e transporte, com relatos de milho estocado a céu aberto e dificuldades para escoamento. A menor exportação registrada em junho (-57% vs. junho/2024) intensifica essa pressão, forçando vendas a preços mais baixos.
Preços pressionados, mas demanda sustenta o mercado
Os preços do milho no Paraná vêm cedendo com a entrada da safra. Em 3 de julho, a saca foi cotada a R$ 65,25 em Paranaguá, queda de 0,65% no dia. No entanto, em relação ao mesmo período de 2023, os preços estão mais altos, sustentados por um dólar valorizado e demanda firme no mercado interno — especialmente para ração animal, etanol e proteína animal.
O Irã continua sendo um dos principais destinos das exportações brasileiras em 2025, mas a concorrência com os EUA, impulsionada por um dólar mais fraco globalmente, pode limitar o ritmo das vendas externas.
Perspectivas e próximos passos
A safra 2024/25 no Paraná pode marcar um novo recorde, mas dependerá da continuidade do clima favorável e de soluções para os gargalos logísticos. A produtividade da primeira safra já superou 10,4 mil kg/ha, e a safrinha caminha na mesma direção. No entanto, a revisão negativa da safra anterior (de 13,2 mi para 12,9 mi de toneladas) serve como alerta para a volatilidade do setor.
Com o fim da colheita, os produtores já se preparam para o plantio da soja verão, que deve ocupar a maior parte da área. A antecipação desse plantio, favorecida pelas chuvas previstas, pode otimizar o calendário agrícola e trazer mais estabilidade ao ciclo produtivo.
Conclusão
O Paraná reafirma sua posição estratégica na produção nacional de milho. Apesar dos desafios climáticos e logísticos, a combinação de alta produtividade, clima seco e demanda aquecida pode sustentar os preços e gerar bons resultados ao setor — desde que o planejamento logístico acompanhe o ritmo do campo.