O ritmo de negociações envolvendo a soja melhorou nos últimos dias, tanto no spot nacional quanto para entrega nas temporadas 2021/22 e 2022/23. Segundo pesquisadores do Cepea, esse aquecimento esteve atrelado ao aumento da demanda externa (especialmente da China) e às valorizações dos contratos na CME Group (Bolsa de Chicago) e do dólar frente ao Real. Diante disso, os preços da soja voltaram a subir no mercado nacional e praticamente recuperaram as perdas da primeira quinzena do mês. Entre 15 e 22 de outubro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná registraram expressivas altas de 3,6% e de 2,5%, com respectivos fechamentos a R$ 174,62/sc e a 170,58/sc de 60 kg. Ressalta-se que, até o dia 15 deste mês, os Indicadores acumulavam quedas de 4% e de 3%, e com as recentes altas, ambos passaram a apresentar pequena baixa de 0,55%
Milho
As recentes desvalorizações do milho no mercado interno e as altas dos preços nos portos têm diminuído a diferença entre as cotações médias dessas regiões. Nesta parcial de outubro (até o dia 22), os valores médios do cereal nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) estão apenas 8,98 Reais/saca de 60 kg e 8,46 Reais/sc abaixo do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP), as menores diferenças registradas nesta segunda safra. Ressalta-se que, em julho, início da segunda temporada, a diferença entre os valores era de mais de 20 Reais/saca, com vantagem para o Indicador. Já na comparação com outubro de 2020, quando as exportações estavam aquecidas, o Indicador operava próximo de 2 Reais acima dos valores nos portos. No geral, segundo colaboradores do Cepea, consumidores seguem afastados do spot nacional, sinalizando ter estoques, sobretudo para curto prazo, enquanto vendedores estão mais flexíveis nos valores, apesar de evitarem negociar grandes volumes. Já nos portos, as cotações são sustentadas pela valorização do dólar frente ao Real e pelas altas nos preços externos.
Ovos
Os preços dos ovos recuaram em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias. Segundo colaboradores do Cepea, os elevados patamares dos valores praticados no início de outubro acabaram afastando boa parte dos demandantes dos negócios. Esse cenário, por sua vez, diminuiu o ritmo de comercialização e pressionou as cotações da proteína, principalmente nesta segunda quinzena do mês.
Mandioca
Mesmo com as boas condições climáticas na maior parte da última semana, que favoreceram os trabalhos no campo, a oferta de mandioca não aumentou muito, devido à baixa disponibilidade de lavouras de segundo ciclo e ao fato de que agricultores têm priorizado o plantio. Do lado da demanda, com a diminuição no esmagamento desde o início deste mês e com parte da indústria buscando repor estoques, a procura pela matéria-prima se intensificou, conforme relatos de colaboradores do Cepea. Assim, os preços seguiram em alta, e a média semanal (18 – 22) a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu 2,4% frente à da semana anterior, para R$ 563,35 (R$ 0,9797 por grama de amido), a maior, em termos nominais, desde fevereiro de 2018. Em valores atualizados (deflacionamento pelo IGP-DI), porém, essa média ainda está 7% menor que a do mesmo período do ano passado.