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Com Recuo de 25% desde Abril, Algodão Pode Cair Ainda Mais com Recessão nos EUA

Publicado 22.06.2022, 11:40

O algodão se desvalorizou quase 25% desde o fim de abril, devolvendo praticamente todos os ganhos registrados no primeiro quadrimestre do ano, após um forte desempenho. A melhora do clima pode ser um fator. Mas a razão principal é o medo de uma recessão nos EUA, na medida em que se trata de uma das commodities mais vulneráveis a momentos de apreensão econômica.

Geralmente, quando os economistas começam a alertar para uma recessão, um dos primeiros impactos que vemos é na redução do consumo de algodão. A relação é bastante simples. Quando a situação fica difícil, itens de vestuário e decoração se tornam discricionários. As pessoas postergam a compra de novas roupas até que haja uma melhora no cenário. As empresas podem atrasar reformas que envolvam a compra de novos itens de tecido, como almofadas, cortinas e móveis. Tudo isso faz com que o algodão seja mais sensível a uma desaceleração econômica do que qualquer outra commodity agrícola.

Somente na sexta-feira, o algodão negociado na ICE Futures dos EUA caiu quase 18%, despencando até a mínima de US$ 1,1781 por libra-peso, vista pela última vez em 15 de março. Antes disso, o algodão futuro nos EUA havia atingido a máxima de 11 anos a US$  1,5515 em 5 de março, em resposta à invasão da Rússia na Ucrânia e à restrição global de matérias-primas, o que provocou uma disparada da inflação.

Algodão diário

Gráficos: cortesia de skcharting.com

O colapso de sexta-feira no algodão ocorreu diante de temores de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) possa realizar outras grandes elevações de juros na economia americana, após um aumento de 75 pontos-base em 15 de junho, a maior alta em 28 anos, para combater a inflação em torno das máximas de 40 anos.

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O Produto Interno Bruto dos EUA já sofreu uma contração de 1,5% no primeiro trimestre do ano. Se o segundo trimestre também acabar sendo negativo, o país tecnicamente entrará em recessão, definida como dois trimestres seguidos de queda no PIB. Há uma crença generalizada de que o Fed jogará os Estados Unidos em uma recessão na tentativa de trazer a inflação de volta para sua meta de 2% ao ano, com base no Índice de Preços ao Consumidor, que acumulou uma alta de 8,6% nos últimos doze meses até maio.

O presidente do Fed, Jerome Powell, nega a afirmação de que o banco central americano esteja tentando induzir uma desaceleração econômica, embora admita que sua meta seja realizar um pouso suave na economia através de altas de juros que, em sua visão, continuarão até 2024. Poucos economistas acreditam em um pouso suave.

“O Fed elevou os juros em 0,75% na tentativa de controlar a inflação, e há rumores de que o banco central dos EUA elevará as taxas ainda mais, prejudicando a economia e, em consequência, o algodão”, afirmou Jack Scoville, analista-chefe de commodities da corretora Price Futures Group, de Chicago.

Em 2020, o temor de uma recessão duradoura causada pela pandemia fez com que o algodão futuro recuasse quase 28% no 1º tri, com as vendas começando no início de janeiro, antes mesmo de o vírus se espalhar pelo mundo. No entanto, os preços do algodão encerraram o ano com uma alta de mais de 14%, disparando forte a partir de abril, graças aos programas de auxílio emergencial implementados pelo governo, trazendo algum alívio econômico, apesar de quase 20 milhões de americanos terem perdido seus empregos no auge da crise.

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Agora, o crescimento dos empregos no país está em seu nível mais alto da história, com o desempenho na casa de 3,6% há dois meses seguidos, bem abaixo da faixa mínima de “pleno emprego” de 4% definida pelo Fed.

Alguns dizem que isso pode impulsionar o algodão futuro novamente nos próximos meses, apesar da perspectiva imediata ruim para o produto.

Em uma recessão, um comprador de algodão precisa descartar de 3% a 7% do produto bruto, sem conseguir garantir um preço fixo, já que seu conteúdo não é uniforme. Essa é uma natureza inerente ao algodão.

Isso contrasta com os concorrentes do algodão, como o poliéster e diversas outras fibras sintéticas, que não apresentam esse nível de desperdício. Eles também conseguem garantir preços fixos e oferecer um insumo uniforme. Porém, essas fibras não proporcionam muitas das qualidades naturais do algodão.

Cerca de 85% de todo o algodão cultivado no mundo é destinado à fabricação de tecidos. A maior parte dos tecidos é usada na confecção de vestuário.

O lado positivo é que o ganho de mercado do vestuário feminino vem dando ênfase ao algodão nos últimos anos. O algodão atualmente tem cerca de 50% do market share das peças de roupas femininas.

Nos Estados Unidos, o algodão é a fibra principal de 98% dos jeans vendidos no país. O algodão também responde por 86% do peso das camisas de malha dos americanos, 72% das camisetas, 67% das calças e 47% de vestidos e saias.

Um mercado cada vez mais importante para o algodão é o de vestuário esportivo. Pesquisas indicam que mais de 60% das pessoas que compram roupa recreativa e de ginástica preferem o algodão. Desenvolver um produto que ofereça a maciez e o conforto do algodão tem sido um desafio para a indústria de tecidos sintéticos. Quando falamos de roupas de ginástica, a espessura do algodão e suas propriedades de absorção da umidade são difíceis de serem reproduzidas pelo poliéster e outras alternativas.

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Algodão semanal

Do ponto de vista técnico, até onde o algodão pode cair se o medo de uma recessão continuar nos Estados Unidos?

“Os gráficos indicam que o nível de suporte está em 97 centavos. Havendo um repique, a resistência mais importante está em US$ 1,44”, afirmou o analista técnico Sunil Kumar Dixit.

Dixit ressaltou ainda que o algodão futuro registrou um gap de baixa de US$ 1,43 para US$ 1,20, o que deixou o mercado extremamente sobrevendido nos tempos gráficos diário e semanal.

Algodão mensal

As leituras resultantes no estocástico de 0,25/1,18 e 0,20/26 geradas por esse recuo mostram um potencial de repique iminente a partir das mínimas, visando preencher o gap entre US$ 1,20 e US$ 1,44, afirmou Dixit.

Caso os preços voltem a cair, o meio da Banda de Bollinger mensal a US$ 1,03 e a média móvel simples de 100 dias a 97 centavos poderiam atuar como suportes, acrescentou.

No cenário de alta, a média móvel exponencial de 50 semanas a US$ 1,18 pode atuar como uma resistência menor, porém a barreira principal é representada pela média de 100 dias, a US$ 1,33 e a mínima de US$ 1,34, explicou Dixit.

Ele acrescentou:

“A queda acentuada com um grande gap de fuga e qualquer correção maior em direção a US$ 1,03 e 97 centavos podem ser usadas como oportunidades de compra de valor, visando uma recuperação no longo prazo, quando os preços podem superar US$ 1,20 e $1,34 para preencher o gap a US$ 1,44.”

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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