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Commodities nesta Semana: Cortes da Arábia Saudita Podem Cessar Queda do Petróleo

Publicado 12.11.2018, 06:13
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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Os preços do petróleo tiveram forte alta na abertura dos mercados asiáticos nesta segunda-feira, após a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, anunciar no fim de semana que pretende reduzir sua produção diária em meio milhão de barris, a fim de interromper a queda que eliminou um quinto do valor do mercado em cinco semanas. Os preços, no entanto, podem se enfraquecer novamente caso cresça a frustração dos traders por maiores cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O ouro é outra commodity que poderia sofrer uma queda nesta semana diante da série de aumentos da taxa de juros nos EUA, o que poderia comprometer a valorização do metal precioso.

Depois do grande crescimento no índice de preços dos produtores na sexta-feira, um aumento nos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) e das vendas do varejo poderia inflar ainda mais o dólar, afetando a maioria das commodities cotadas na moeda de reserva global. Além dos dados nos EUA, os investidores também terão os números do CPI e PIB da Zona do Euro pela frente nesta semana.

Se o sentimento de risco continuar em energia e metais, os investidores que pretendem se posicionar na compra de commodities podem encontrar algum conforto nos mercados agrícolas, já que a Shawn Hackett, empresa que faz previsões de preço de safras, vê sinais de compra no curto prazo em soja, ração de soja, trigo, algodão, suco de laranja e madeira.

Opep pode tentar agir com urgência

WTI Gráfico de 1 hora

No petróleo, o Brent do Reino Unido, referência mundial, subiu mais de 1% no início da semana na Ásia, e os preços do West Texas Intermediate (WTI) dos EUA também se valorizaram. Na sexta-feira, o Brent rompeu o suporte de US$ 70 que vinha sustentando o ativo desde maio, enquanto o WTI ficou abaixo do patamar de US$ 60 que mantinha desde março.

Mas alguns analistas, entre eles Dominick Chirichella, do Instituto de Gestão Energética de Nova York, continuam expressando ceticismo. Chirichella declarou em nota:

“Estou mantendo minha visão geral para o petróleo, com viés de baixa para o curto prazo, mas de forma cautelosa. Os fundamentos atuais estão ficando menos convincentes, já que a oferta e a demanda podem não ser impactadas pelas sanções ao Irã, como o mercado previa inicialmente.”

No fim de semana, o Ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, anunciou que a oferta de petróleo do reino poderia sofrer uma redução de 0,5 milhão de barris por dia (bpd) em dezembro.

Embora o anúncio saudita tenha impulsionado imediatamente os preços do petróleo, os traders que esperam cortes de 1 milhão de barris por dia pela Opep, a fim de compensar as generosas isenções concedidas pelos EUA às sanções iranianas, podem ter suas expectativas frustradas.

Falih presidiu uma reunião do chamado “Comitê Conjunto de Monitoramento do Mercado por membros e não membros da Opep”, em Abu Dábi, no último fim de semana. Não houve qualquer sinal imediato de que os participantes, entre eles a Rússia, que não faz parte da Opep, estavam dispostos a cortar a produção, exceto a Arábia Saudita. As reduções sauditas também podem ser mais um evento sazonal, já que o próprio Falih reconheceu que costuma haver uma redução de demanda em dezembro.

Embora o grupo da Opep possa ter perdido a oportunidade de agir, os cortes de produção provavelmente estarão na pauta da próxima reunião de definição de política, que será realizada em 6 de dezembro, em Viena.

A última rodada de cortes da Opep teve início em janeiro de 2017, quando os preços do petróleo começaram a se recuperar do excesso de oferta gerado pelo shale nos EUA, em 2014, que provocou a queda dos preços do petróleo para cerca de US$ 25 por barril. Embora a previsão seja de que as reduções durem até o fim de 2018, o grupo interrompeu prematuramente os cortes assim que os preços começaram a subir fortemente no final de 2017. Desta vez, novamente, a Opep está sendo pressionada, em certa medida, pela produção petrolífera nos EUA, que está em sua máxima semanal recorde de 11,6 milhões bpd.

Suporte de US$ 1.200 do ouro em risco

Ouro Gráfico de 5 horas

No ouro, o suporte de US$ 1.200 que vinha sustentando o mercado nos últimos dois meses pode ser rompido esta semana, depois que os dados de PPI nos EUA, divulgados na sexta-feira, deram subsídios para que o Federal Reserve eleve as taxas de juros novamente em dezembro.

O Fed já aumentou os juros três vezes este ano e está determinado a se antecipar à curva inflacionária com mais elevações em 2019, depois do sólido crescimento que a economia norte-americana vem apresentando. Os aumentos da taxa de juros geralmente impulsionam o dólar, gerando apostas contrárias para o ouro.

O Índice do Dólar Norte-Americano, que compara a moeda dos EUA com uma cesta de seis importantes divisas, acelerou 0,22% na sexta-feira, encerrando com quatro semanas seguidas de ganhos. A TD Securities declarou que o ouro perdeu seu apelo de ativo de segurança esta semana, e o dólar se tornou o porto seguro preferido de investidores otimistas com a economia norte-americana.

Os futuros de ouro para entrega em dezembro nos EUA caíram US$ 16,50, ou 1.3%, para US$ 1.208,60 por onça troy na sexta-feira. Essa foi a queda mais acentuada em um dia nos futuros de ouro desde agosto de 2015. A mínima da sessão foi US$ 1.207,30, a menor em quatro semanas. Os analistas da TD Securities disseram em nota:

“Com a eliminação dos riscos de cauda, não seria uma surpresa se o ouro retomasse sua trajetória de queda neste momento.”

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