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Commodities nesta Semana: Petróleo e Ouro Instáveis com Guerra e Juros nos EUA

Publicado 14.03.2022, 10:12

Os riscos de uma escalada ou arrefecimento da guerra na Ucrânia, em conjunto com possibilidade de o Federal Reserve dobrar a aposta em sua primeira elevação de juros na pandemia, estão mantendo os mercados de petróleo e ouro sob tensão na abertura da semana.

Ouro diário

Os preços do barril de petróleo estenderam o declínio da semana passada, caindo mais de 2% no início das negociações na Ásia nesta segunda-feira, após uma autoridade americana dizer que a Rússia demonstrava sinais de que estaria disposta a avançar nas negociações com a Ucrânia.

Petróleo diário

Durante a madrugada, o barril de Brent, referência mundial, caía US$2,53, ou 2,3%, para US$110,14.

Já o barril de West Texas Intermediate, referência nos EUA, caía US$2,98, ou 2,7%, para US$106,35.

“A rejeição no nível de resistência de US$116-120 pode fazer o WTI recuar para US$103”, alertou o analista técnico Sunil Kumar Dixit.

“O rompimento e a sustentação do petróleo abaixo desses níveis pode expô-lo às regiões de US$95 e US$86, onde pode oferecer um valor justo para os prêmios de risco”.

Na semana passada, o Brent caiu 4,8%, enquanto o WTI recuou 5,7%, seus maiores declínios semanais desde novembro. Isso ocorreu depois que os contratos futuros de ambos atingiram seus níveis mais altos desde 2008 no início da semana passada, por preocupações com a oferta, após os EUA e seus aliados europeus considerarem banir as exportações do petróleo russo.

Apesar de os EUA terem anunciado mais tarde a proibição de importações de petróleo da Rússia e de o Reino Unido ter decido eliminá-las até o fim do ano, a pressão baixista sobre os preços acabou sendo intensificada por comentários de um embaixador dos Emirados Árabes Unidos, segundo maior país produtor na Opep, defendendo aumentos de produção no âmbito do cartel.

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O ministro de energia dos Emirados posteriormente voltou atrás, dizendo que honraria o pacto de produção da aliança Opep+, que é composta pelos 13 membros integrantes do cartel liderados pela Arábia Saudita, mais outros 10 países produtores sob os auspícios da Rússia.

Desde o pico da pandemia de Covid-19, responsável por fazer o petróleo atingir a cotação negativa de -40 dólares por barril, a Opep+ deliberadamente manteve o mercado subabastecido e depois enfrentou dificuldades para aumentar a produção, devido à falta de investimentos.

“O banimento do petróleo russo nos EUA inicialmente fez os preços dispararem. No entanto, sem os europeus embarcando no movimento, o risco de um aperto maior dos mercados petrolíferos foi descontado”, disseram os analistas da ANZ Research em nota citada pela Reuters, na segunda-feira.

Foco nas tratativas entre Rússia e Ucrânia

As tratativas entre a Rússia e a Ucrânia continuarão na segunda-feira, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias RIA no domingo.

A declaração foi dada apesar de um bombardeio ao Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança de Yavoriv, na Ucrânia, uma base que fica a apenas 25 km de distância da fronteira com a Polônia e que já abrigou instrutores militares da Otan, matando 35 pessoas e ferindo outras 134, segundo uma autoridade ucraniana.

Os EUA, que acompanhavam o ajuntamento de tropas russas na fronteira ucraniana e alertava para seu perigo havia semanas, disse que o ataque foi premeditado, injustificado e ilegal. Em um telefonema, o presidente dos EUA, Joseph Biden, e o mandatário francês, Emmanuel Macron, ressaltaram seu compromisso em responsabilizar a Rússia pela invasão, segundo a Casa Branca.

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O contrato futuro mais ativo do ouro na Comex de Nova York registrava queda de US$8,10, 0,4%, a US$1.976,90 por onça.

Já o ouro à vista caía US$15,34, ou 0,8%, para US$1.973,21. 

A fraqueza abaixo da região de US$1985-1980 poderia fazer o metal retestar o nível de US$1980 da última semana, disse o analista técnico Dixit.

Ambos os mercados do ouro se valorizaram quase 1% na semana passada.

No início das negociações desta segunda-feira na Ásia, o ouro registrava queda, com o rendimento dos títulos americanos subindo, na expectativa de uma alta de juros pelo Fed. A expectativa de um resultado melhor para as próximas tratativas na Ucrânia também prejudicou as perspectivas de porto seguro para o metal amarelo.

“Como ambos os lados estão dispostos a negociar, penso que o pior da crise ucraniana provavelmente ficou para trás”, disse Margaret Yang, estrategista da DailyFX, à Reuters. "É pouco provável que os preços do ouro disparem além da máxima da semana passada ou registrem nova máxima recorde em breve”.

O mercado também “parece estar precificando a reunião do Federal Reserve de quarta-feira; portanto, esse é um fator negativo para o ouro", disse Yang.

Fed precisa ser muito cauteloso com a elevação de juros

O teste do Fed será conter a inflação, que se encontra nas máximas de 40 anos, elevando os juros em nível suficiente para arrefecer a demanda, sem jogar a economia em uma recessão.

Não é que o banco central nunca tenha feito isso antes. Há 25 anos, Alan Greenspan, considerado o presidente mais emblemático do Fed em toda a sua história, conseguiu fazer uma “aterrissagem suave” em 1994-1995, com uma combinação de elevações fortes e moderadas para conter as pressões inflacionárias, embora o mercado acionário tenha derretido, juntamente com Wall Street.

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O problema para o presidente Jerome Powell é que o feito tornou-se ainda mais difícil com a invasão da Rússia na Ucrânia.

A guerra, como ressaltou a Bloomberg em um comentário na semana passada, será difícil dissipar toda a turbulência causada nos mercados financeiros e de energia mundiais, independente dos instrumentos à disposição do Fed, de cujo notável poder o presidente da instituição sempre nos lembra nas coletivas mensais de imprensa.

“Vai ser bastante complicado”, afirma Mark Zandi, economista-chefe da Moody, ao apontar para o aumento nas contas de energia, em conjunto com a derrocada dos mercados de ações e crédito, o que também pode afetar a demanda dos consumidores e aumentar as chances de uma recessão.

“O avião econômico está tocando o solo a uma velocidade muito grande, enfrentando os ventos contrários da pandemia e uma forte neblina gerada pela incerteza dos eventos geopolíticos”, disse Zandi, detalhando a metáfora de pouso usada pela Bloomberg.

“Uma elevação de 25 pontos-base na reunião de março não poderia ser considerada como uma decisão de fato, já que não seria capaz de puxar o freio de mão da inflação, impulsionada pelo conflito russo-ucraniano”, ressaltou Johan Grahn, diretor-geral de estratégia de ETFs da Allianz (DE:ALVG), em entrevista ao Investing.com.

Depois de ser inicialmente elogiado pela rápida ação de estímulo do Fed para ajudar a evitar que a recessão se tornasse uma depressão na pandemia, Powell agora é o bode expiatório de tudo que der errado com a inflação, sobretudo depois de admitir que o banco central interpretou o problema de forma totalmente equivocada, dizendo que era transitório.

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Além de sete elevações no máximo este ano, com base no número de reuniões previstas para o Fomc, ainda há a indeterminada redução do balanço do Fed, que agora é de US$8,9 trilhões, após o banco central aumentar suas aquisições de treasuries e títulos hipotecários para respaldar a economia americana desde a emergência da Covid-19 em março de 2020.

Essa ação reduzirá o volume de dinheiro no sistema financeiro, trazendo consequências incertas para os mercados de títulos e ações. O perigo é que, se a inflação de fato começar a ceder em resposta a esses movimentos iniciais, os formuladores da política monetária podem acabar elevando os juros demais, provocando uma recessão na economia e a queda dos mercados financeiros.

“Quando você está errado em uma direção – e bota errado nisso –, é obrigado a fazer esforço demais na outra direção”, disse o ex-governador do Fed, Lawrence Lindsey, em entrevista à Bloomberg, ao considerar uma possibilidade acima de 50% de que haverá uma recessão até o fim de 2023.

Recapitulação: uma alta de juros de 25 pontos-base deve causar pouca ou nenhuma turbulência nos mercados na próxima semana e possivelmente incentivará a tomada de risco em ações, títulos, câmbio e commodities.

Uma alta de 50 pontos-base terá sérias consequências, com o ouro, e possivelmente o petróleo, afundando em meio à renovação do crash em Wall Street. Pode ser ainda que a inflação dê uma pausa, mas o Fed certamente precisa fazer mais, se não quiser que qualquer pressão de preço volte a ganhar força.

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Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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