Como os family offices brasileiros estão transformando volatilidade em oportunides

Publicado 21.11.2025, 13:00

À medida que os mercados globais oscilam entre incerteza e oportunidade, os family offices estão repensando como preservar e expandir seu patrimônio, agora e no futuro.

Esse tema dominou as discussões no evento Bloomberg Family Office Insights São Paulo 2025, no qual especialistas destacaram que a diversificação, sozinha, já não é suficiente.

Nas últimas duas décadas, o número de family offices no mundo aumentou de forma expressiva. Hoje, pelo menos um quinto dos 500 indivíduos mais ricos do planeta administra empresas dedicadas exclusivamente à gestão de suas fortunas que, juntas, somam mais de US$ 3,7 trilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

O mercado brasileiro de family offices, antes considerado um nicho, agora cresce rapidamente. De acordo com o IMARC Group, o setor deve passar de US$ 445 milhões em 2024 para mais de US$ 640 milhões até 2033, um sinal tanto de aumento da riqueza quanto de maior sofisticação entre os investidores brasileiros.

Um dos principais focos de incerteza para os mercados emergentes é a volatilidade cambial. O real brasileiro continua entre as moedas de melhor desempenho, mas manter posições cambiais tornou-se mais caro, com custos de hedge mais elevados e maior volatilidade no mercado de dívida local pressionando os investidores. Para mitigar esses riscos, muitos family offices estão revisando suas estratégias de proteção cambial e diversificando seus investimentos globalmente, mesmo com o impacto de custos mais altos sobre os retornos.

Cada vez mais, os family offices estão atuando em áreas onde investidores tradicionais hesitam, como private equity e investimentos ativistas, aproveitando sua agilidade e visão de longo prazo para capturar oportunidades que outros deixam passar.

A capacidade de agir rapidamente e personalizar estratégias para um grupo restrito de clientes oferece uma vantagem competitiva em relação aos investidores institucionais tradicionais.

Érico Pilatti, sócio do CEPEDA Advogados e um dos palestrantes do evento, afirmou que “os family offices evoluíram de simples veículos de gestão patrimonial para estruturas complexas de governança que exigem estratégias jurídicas e fiscais bem definidas.” No Brasil, planejamento sucessório e conformidade regulatória agora se posicionam, ao lado da diversificação de portfólio, como pilares críticos da preservação patrimonial de longo prazo.

Diferentemente das gerações anteriores, voltadas principalmente à preservação do capital, os investidores mais jovens priorizam sustentabilidade, inovação digital e investimentos orientados por propósito. Essas preferências precisam ser integradas a estruturas de governança robustas, garantindo que a inovação esteja alinhada aos objetivos da família e a uma estratégia disciplinada.

Os family offices brasileiros mais sofisticados utilizam uma ampla gama de ferramentas para gerar e proteger riqueza, incluindo pesquisas em tempo real, análises de portfólio e de risco, além de novas tecnologias como a inteligência artificial, que permite análises mais rápidas de consolidação de portfólio e testes de estresse.

Em uma era marcada pela volatilidade e pela inovação, os family offices brasileiros que combinam governança rigorosa com agilidade tecnológica estão mais bem posicionados para preservar e expandir o patrimônio ao longo de gerações.

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