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Compras chinesas de carne bovina no final do ano e outras considerações

Publicado 11.10.2022, 21:13
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De janeiro a setembro o Brasil exportou 1,5 milhão de toneladas de carne bovina in natura, o que equivale a um aumento de 18,2% na comparação como mesmo intervalo de 2021. O faturamento foi de US$9,2 bilhões, acréscimo de 40,5% na mesma comparação (MDIC).  

A China respondeu por 61,1% do volume embarcado e, como pagou um preço 10,2% superior à média brasileira, o peso no faturamento foi maior, de 67,3%. No intervalo analisado, a quantidade comprada pela China aumentou 29,6% e o faturamento subiu 61,9%, com evolução de 24,9% do preço médio em 2022, frente a 2021.

O segundo maior cliente, com 5,2% de participação, foi o Egito, que comprou 78 mil toneladas até setembro, seguido pelos Estados Unidos, com 62 mil toneladas e 4,1% do total. Veja a figura 1.

Figura 1. Participação dos importadores da carne bovina in natura brasileira até setembro, em % do volume.

Fonte: MDIC / HN AGRO

O cenário atual

Nos primeiros cinco dias úteis de outubro foram embarcadas 55,6 mil toneladas de carne bovina in natura, o que equivale a uma média diária de 11,1 mil toneladas. Na comparação anual houve aumento de 170,7 % na média diária, mas essa porcentagem traz o impacto da ausência da China em outubro de 2021, pela suspensão de embarques vigente à época. 

Para usar outra referência, a média diária de janeiro a setembro de 2022 foi de 7,9 mil toneladas. Estamos ainda com poucos dias na composição desta média de outubro, mas se ela for mantida nos 19 dias úteis do mês, teremos mais um recorde absoluto de embarques mensais, com 210,9 mil toneladas. Podemos ver mudanças, mas é um belo começo de outubro.

Há relatos de pressão de baixa dos preços negociados pelos chineses atualmente, para os contratos novos, de carne a ser embarcada nos próximos meses, mas os números consolidados seguem muito interessantes. 

A reta final de 2022

O período do Ano Novo Lunar, comemorado na China no início do ano (22/1, no caso de 2023) é a época mais esperada para as vendas de carne bovina. 

A figura 2 mostra o que ocorreu nos períodos de final de ano recentes. 

Apesar de normalmente os embarques diminuírem, isso só tem ocorrido de maneira mais relevante em janeiro, ou seja, às vésperas do Ano Novo no país, o que indica que os compradores consideram também alguma “reposição” de estoques das vendas da melhor época do ano. 

Os valores destacados em negrito indicam os meses nos quais ocorreu o Ano Novo Lunar.  Ressaltamos também que os meses das exportações se referem à saída do produto do Brasil.

Figura 2. Embarques mensais de carne bovina in natura à China, em mil toneladas. 

Obs: A legenda refere-se ao ano dos primeiros meses (ago/dez).

Fonte: MDIC / HN AGRO

Em outras palavras, nos últimos anos foram observados bons patamares até dezembro, com recuo no início do ano seguinte. Em 2021, houve a queda no período de final de ano pela suspensão de vendas à China.

Expectativas

Segundo o ritmo observado até o momento e os preços do suíno em alta no gigante asiático (o que beneficia o consumo de carne bovina), devemos manter bons volumes para o país nesta reta final de 2022. 

Possivelmente, com preços médios menores para a carne exportada, frente últimos meses, mas ainda historicamente bons. Isso tende a ocorrer pela influência da desvalorização da moeda chinesa e com os compradores sabendo da margem em alta da indústria exportadora do Brasil nos últimos meses, com ajuda da desvalorização do boi gordo. 

Um ponto de atenção - positivo - é que, no início do ano, quando normalmente China diminui o seu protagonismo, temos os Estados Unidos aumentando sua relevância.

Como as nossas exportações para lá estão incluídas em uma cota, a tendência é que haja movimentação de importadores e exportadores para a maior negociação possível no início do ano, como observado em 2022. Somamos a isso o cenário de dólar valorizado aumentando o poder de compra e a oferta de gado no país devido ao ciclo pecuário de lá. 

Não seria surpresa se fosse dado até mais espaço à nossa carne, com aumento da cota, ou algo parecido. Por um lado, há um lobby forte pela cadeia pecuária americana contra a importação da carne brasileira, mas por outro, o cenário inflacionário faz com que qualquer carne mais barata seja bem-vinda. 

Isso também vale para a pressão inflacionária na Coreia do Sul e Japão, países que ainda não acessamos e que têm Estados Unidos e Austrália como importantes fornecedores. O dólar valorizado encarece a carne vendida pelos americanos e, no caso da Austrália, a arroba está em alta há algum tempo. Tais fatores podem colaborar com a abertura desses mercados em um futuro não muito distante.

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