SOJA: Valores do grão voltam a subir
O preço da soja em grão voltou a subir no mercado interno na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização do dólar frente ao real, os maiores valores do óleo de soja e a necessidade de se completarem cargas de navios para exportação contribuíram para a alta nos preços do grão.
No acumulado parcial de abril, a média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, subiu 2,11%, a R$ 71,22/sc 60 kg na sexta-feira, 8. Além disso, o clima adverso em muitas regiões no período de semeio e colheita gera incertezas quanto à produção brasileira de soja.
Na última semana, a Conab indicou que a produção do grão deve somar 98,9 milhões de toneladas na temporada 2015/16, queda de 2,17% em relação à estimativa anterior. Os estoques finais também foram revisados, agora estimados em 1,12 milhão de toneladas em dezembro de 2016, expressiva queda de quase 21% em relação ao relatório de março. Esse reajuste negativo também influenciou as altas nos valores internos, uma vez que o mercado estava à espera de oferta maior.
MILHO: Maior demanda e baixa oferta mantêm preço interno firme
A relação entre maior demanda e baixa oferta tem mantido altos os preços do milho. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) se mantém na casa dos R$ 49,00/saca de 60 kg – na parcial de abril, acumula ligeira baixa de 0,56%, a R$ 49,40/sc de 60 kg na sexta-feira, 8.
Estimativas divulgadas pela Conab na última quinta-feira, 7, confirmam a menor oferta de milho no primeiro semestre, dado o ajuste para baixo da safra verão. A produção é, agora, prevista em 25,7 milhões de toneladas, 8,5% inferior à da temporada passada.
Para o milho segunda safra, a Conab projeta 57,13 milhões de toneladas – quase o dobro frente à de verão e um novo recorde –, aumento de 4,7% em relação à temporada passada.
MANDIOCA: Colheita intensa pressiona cotação
A aceleração no ritmo da colheita nas regiões acompanhadas pelo Cepea influenciou diretamente a queda nos valores da mandioca na última semana. O preço médio da raiz posta fecularia foi de R$ 350,60/tonelada no período, com ligeira queda de 1,2% frente à da semana anterior.
Com a maior oferta de mandioca, a quantidade processada na indústria de fécula neste início de abril aumentou, reduzindo a ociosidade industrial. Além da maior oferta, a menor liquidez no mercado de derivados – especialmente de farinha –, também influenciou para a queda nos preços do produto.
No correr de abril, a disponibilidade deve continuar aumentando, devido à intensificação da safra. Porém, mesmo havendo muitas áreas a serem colhidas, a produtividade deve ser menor que a de anos anteriores.