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Curva de Juros Invertida nos EUA Sinaliza Recessão... Ou “Desta Vez É Diferente”

Publicado 05.04.2022, 10:54
Atualizado 02.09.2020, 03:05

A inversão da curva de juros acontece quando o rendimento da nota de 2 anos do Tesouro americano supera o da nota de 10 anos e é normalmente considerada um sinal de que uma recessão está chegando. Mas, desta vez, os analistas dizem que ela só recomenda cautela e olhos abertos.

Diferencial de juros de 10-2 anos nos EUA - gráfico semanal

Evidentemente, não há nada como uma curva de juros invertida para fazer os analistas saírem à cata de razões pelas quais desta vez seria diferente. “Ignorem a história” – dizem eles – “os tempos mudaram”, algo que vem sendo repetido desde tempos imemoriais.

Ou simplesmente dizem que está errado, com expressões do tipo: “Vejam como o mercado de trabalho está forte!”; “Vejam a solidez da economia!”; “No passado, até que esse indicador era confiável, mas as coisas agora são diferentes”.

Já faz três pregões consecutivos que o rendimento de 2 anos fica acima do de 10 anos. Na segunda-feira, o rendimento de 2 anos caiu um ponto-base no fim da sessão, para 2,42%, mas, ainda assim, ficou acima do rendimento de 10 anos, mesmo considerando sua alta de quase 4 pb para 2,41%.

É para isso que servem as previsões e indicadores, sua função é olhar para o futuro, não para o presente. Céticos relutantes em aceitar a noção de que uma recessão esteja a caminho citam dados para respaldar suas dúvidas.

Para alguns deles, o que conta é a curva de 3 meses e 10 anos, que tem inclinação fortemente positiva e não sinaliza qualquer recessão. Além disso, os rendimentos reais estão em território negativo, portanto não vão desacelerar o crescimento econômico e provocar uma recessão.

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Pode ser que os céticos estejam corretos, mas tudo indica que a palavra-chave de “recomendar cautela” seja cautela. Bill Dudley, ex-presidente da sucursal do Fed em Nova York e vice-presidente do comitê de política monetária dos EUA, tem expressado duras críticas à política recente do banco central americano, dizendo que uma recessão seria inevitável neste momento por conta da atuação do Fed.

Dudley se apoia na chamada Regra de Sahm, segundo a qual uma recessão ocorrerá quando a média móvel de 3 meses da taxa de desemprego subir mais de meio ponto percentual em relação à mínima do ano anterior. Dudley argumenta que o Fed agora terá que aumentar as taxas de juros com força suficiente para elevar o desemprego, abrindo espaço para a Regra de Sahm.

A taxa de desemprego vem caindo, mas se Dudley estiver certo, essa realidade deve mudar caso o Fed prossiga com o aumento de 2 pontos percentuais nas taxas de overnight esperado pelos investidores neste momento.

Mohamed El-Erian, outro crítico da política do Fed, alerta que os esforços do banco central de recuperar o atraso depois de ficar muito atrás da curva de inflação podem jogar os EUA numa recessão, independente da inclinação da curva de juros de 3 meses e 10 anos. Os consumidores americanos ainda precisam reagir ao impacto total da inflação, diz El-Erian, ex-CEO da gigante dos fundos de títulos PIMCO.

Diversos analistas esperam que a ata da reunião de março do Fomc, comitê de política monetária dos EUA, prevista para quarta-feira, faça com que o rendimento da nota de 10 anos suba e acabe com a inversão, ao fornecer detalhes dos planos do Fed de iniciar o enxugamento do seu portfólio de títulos. A compra de títulos pelo Fed, que continuou por muito tempo após o fim da emergência sanitária, é a culpada pelas distorções de preços que podem estar interferindo na qualidade indicativa da inversão da curva de juros.

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Mas a redução do portfólio de títulos não afastará o dilema do banco central americano em relação à rapidez com que deve elevar as taxas de overnight, pois não colocará fim à força que a inflação acumulou. O sinal da curva de juros invertida pode ocorrer até dois anos antes da recessão em si. Muita coisa pode acontecer em dois anos.

Últimos comentários

Excelente artigo!
Parabens mestre Darrel, mais um artigo instigante, para fazer pensar. Cautela.
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