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Cypherpunk, Raízes e Panorama do Bitcoin

Publicado 18.05.2018, 10:20
Atualizado 02.09.2020, 03:05

A história por trás do Bitcoin é razoavelmente desconhecida. Em 2008, um anônimo (ou um grupo de desenvolvedores) sob o pseudônimo de Satoshi Nakamoto lançou um documento descrevendo o funcionamento de um meio de pagamento descentralizado: o Bitcoin. Após isso, muita coisa aconteceu, seja do prisma técnico, seja da perspectiva dos investidores. O Bitcoin foi a primeira geração da tecnologia e seu uso era ser uma moeda; após isso, houve a expansão rumo a outros usos: aplicativos resistentes à censura (Ethereum), redes sociais descentralizadas (STEEM), pavimentar uma “smart economy” (NEO), entre outros.

No entanto, o próprio Bitcoin é fruto de um esforço de diversos de visionários interessados em criptografia. O chamado movimento Cypherpunk tinha foco no uso dessas técnicas computacionais para garantir privacidade e mudanças sociais. Após as denúncias de Edward Snowde, isso parece uma preocupação legítima, porém mesmo hoje em dia acredito que a maioria das pessoas não saberia escolher um bom serviço de VPN, algo relativamente básico. Podemos imaginar que, no surgimento dos computadores pessoais, o movimento parecia algo utópico e sem contato com a realidade.

Um precursor do Bitcoin, o sistema DigiCash de David Chaum, surgiu em 1989 e faliu em 1998, em menos de 10 anos. Surgido antes do boom do e-commerce, o projeto era fadado ao fracasso. Da perspectiva tecnológica, não havia descentralização. A descentralização foi um projeto mais ligado ao trabalho de Wei Dai, B-Money e, posteriormente, o BitGold de Nick Szabo. Esses sistemas nunca foram de fato operacionalizados, até serem aprimorados e lançados na forma de Bitcoin. O Cypherpunk, como ideologia, estava intimamente ligado a todas essas propostas de ativos escassos virtuais, onde carteiras-pseudônimos garantiriam transações seguras entre usuários anônimos.

Não sem razão, o Bitcoin foi alavancado por transações ilegais, como no caso da famosa Silk Road (uma introdução para o caso pode ser vista no artigo da Wikipedia em inglês). Entretanto, a privacidade numa blockchain tradicional, como a do Bitcoin, não é garantida: uma vez que todas as transações são registradas e atreladas a duas carteiras, se você sabe de quem é a carteira, você pode monitorar todas suas transações. Nesse caso, sabendo de quem é uma carteira, não há real privacidade. O sonho Cypherpunk estaria perdido no cenário de todas as carteiras serem identificadas.

Há apenas três maneiras de ganhar Bitcoins: minerando, comprando numa exchange ou recebendo de outra pessoa. Vemos que, de uma rede descentralizada, terminamos num sistema onde duas principais fontes – mineradores e exchanges – são, atualmente, centralizadas. A ação de um órgão governamental rumo a regular esses meios de entrada no mercado, portanto, não é impossível. A descentralização da mineração, via um sistema de Proof-of-Stake, é suscetível a outros tipos de ataque que discuti nessa coluna.

Em todos esses cenários, as criptomoedas atuais são passíveis de algum tipo de regulação ou banimento se governos quiserem. Entretanto, as criptomoedas oferecem também ganhos como recurso financeiro e como meio de pagamento e players tradicionais se interessam pelo mercado. O cenário de regulação não é improvável, mas banimento creio que pode ser afastado por agora. A regulação cedo ou tarde virá, embora desenvolvimentos tecnológicos possam reduzir sua efetividade – novos algoritmos de mineração, exchanges descentralizadas, projetos de carteira com privacidade, entre outros. Nesse caso, o espírito Cypherpunk está no que será desenvolvido, não no presente já consolidado.

Nesse caso, por mais que haja efeitos de rede e consolidação de projetos mais promissores no topo de capitalização de mercado, há a possibilidade de novos criptoativos surgirem e terem crescimento forte. O desafio é acompanhar um mercado onde há muitas novidades, porém poucas dela tendo alguma substância. Se guiar pelos gargalos da moeda a respeito de certas preocupações regulatórias e papel de governos e empresas pode ser proveitoso para filtrar alguns projetos. Nesse caso, por exemplo, mineração mais descentralizada ou, ao menos, de mais fácil acesso é algo a ser observado com atenção e isso é extremamente coerente com o espírito cypherpunk. No mercado de criptomoedas, há mais dinâmicas que os antigos ideais que inspiraram o Bitcoin, porém creio que entender esses propósitos ainda possam trazer algumas orientações nos investidores que procuram projetos novos para alocar recursos.

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