À espera do segundo turno, avaliando propostas
Definido o primeiro turno da eleição presidencial, passam para a rodada final o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e o do PT, Fernando Haddad, com, respectivamente, 46,03% e 29,28% dos votos válidos (99,99% das urnas apuradas). Ao longo das últimas seis semanas, prevíamos aqui, em nossas análises no blog, que Bolsonaro e Haddad seriam os escolhidos para um acirrado segundo turno, em 28/10.
Agora, mais do que nunca, é preciso avaliar propostas. Seguem, abaixo, algumas das diretrizes econômicas retiradas dos programas dos dois candidatos, seguidas dos comentários do nosso economista Alexandre Espirito Santo, em mais um post da série “De Olho nas Eleições”.
– Diretrizes Econômicas
Haddad
- Foco no crescimento econômico, via consumo das famílias, com tributação regressiva, com a finalidade de reduzir o déficit;
- Contra privatizações de empresas estratégicas;
- Ênfase em programas como Minha Casa, Minha vida e Bolsa Família;
- Investimentos em infraestrutura pelo governo;
- Avanço em linhas de crédito;
- “Não” à Reforma da Previdência como está sugerida atualmente.
Bolsonaro
- Recuperação do equilíbrio fiscal, para gerar renda e emprego;
- Privatizações, concessões e desmobilizações de patrimônio para reduzir a dívida pública;
- Pacto federativo, para recuperar estados e municípios;
- Redução e racionalização de tributos;
- Abertura da Economia;
- Reforma e regime de capitalização na previdência.
Nesse sentido, o escopo programático do candidato do PSL caminha para uma linha mais afinada com um discurso liberal, pró-mercado, enquanto o petista segue a tradicional matriz macroeconômica do governo Dilma Rousseff. O certo, contudo, é que o eleito enfrentará desafios para executar seus projetos, pois, como sempre salientamos, precisará do apoio do novo Congresso.
– Congresso – Por falar em Congresso, próceres da política nacional não obtiveram êxito em suas tentativas de se elegerem, o que mostra que a sociedade brasileira está atenta e mais participativa, o que é positivo. Nesse sentido, Bolsonaro, se eleito, pode acabar contando com uma bancada na Câmara mais amigável a suas propostas.
– Segundo turno – O “plebiscito” PT/anti-PT ganhará contornos dramáticos no segundo turno, onde os candidatos derrotados do primeiro turno poderão desempenhar papéis importantes, no sentido de se agregarem ou não na campanha de um ou outro. Lembremo-nos que as redes sociais foram fundamentais para a votação de Bolsonaro.
– Resultado – Num primeiro momento, acreditamos que o resultado seja imprevisível, pois Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e João Amoêdo (os três melhores colocados) ainda não sinalizaram apoios concretos, havendo somente especulações. Caso o façam, o candidato petista pode ter alguma vantagem sobre Bolsonaro. Cremos, contudo, prematuro especular; é preciso aguardar pelo menos uma semana para enxergarmos um cenário mais claro dessas eventuais negociações políticas.
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