Crise em gestação
Mercado chinês volta a preocupar, tanto por ações quanto nos futuros de commodities.
Parte do governo quer estímulos que sustentem um crescimento do PIB > 6%.
Outra parte prefere encarar um menor crescimento e enfrentar a inadimplência, antes que vire credit crunch.
É a típica escolha entre sofrer o necessário agora e sofrer em demasia depois.
Historicamente, as necessidades presentes são percebidas como demasiadas.
Ou seja, essa bucha vai estourar um pouco mais à frente.
Está valendo
Para o frágil Brasil, “um pouco mais à frente” tende a ser melhor.
Nesta sexta-feira, começa oficialmente o Governo Temer.
Mas logo antes do fim de semana?
A equipe de Temer não terá fins de semana.
Aqui e lá fora (China, Fed), as influências pedem pressa, muita pressa.
Até 13 de junho, já saberemos se vai dar certo ou não.
Non-stop
O ritmo ideal para Temer seria o ritmo da faxina judicial.
Todo dia é dia de trabalho.
Nos últimos acontecimentos:
(i) Gleise Hofmann indiciada junto a Paulo Bernardo.
(ii) Acordo de leniência recorde com a Andrade Gutierrez.
(iii) Guido Mantega convidado a passear de camburão.
Não incluo a manobra de Waldir Maranhão como um “último acontecimento”, por julgá-la caricata.
O mercado sentiu, precificando um risco.
Prefiro, entretanto, distinguir "risco" de “confusão”.
Confusões tornam as coisas baratas.
Sabático
Felipe embarca numa jornada intelectual de 10 dias.
Quando voltar, terá ignorado sabiamente os 15 minutos de fama de Maranhão.
Parte importante dessa viagem será dedicada ao aprimoramento do Palavra do Estrategista, que hoje fecha as portas a novos assinantes por período indeterminado.
Fizemos uma escolha por menos crescimento com mais qualidade.
Para não sermos injustos com os leitores que perderam o anúncio, esta segunda-feira abarca a última chance de entrar no Palavra antes do período de hibernação.
Em breve, os ursos estarão dormindo pesado.
Eletro é mais fácil
Fala-se, cada vez mais, da capitalização de Petrobras (SA:PETR4).
Não vamos esquecer de Eletrobras (SA:ELET3).
Ninguém ainda tem coragem de privatizar a Petrobras, mas com Eletrobras é diferente.
Dá pra privatizar ELET e resolver um belo de um problema.
É mais fácil encontrar investidores interessados no turnaround de distribuidoras do que na recuperação do petróleo.
O aceite popular também seria infinitamente maior.