Dados de atividade no Brasil e no exterior recheiam a agenda econômica desta terça-feira (5), um dia após os mercados mostrarem fôlego curto para esticar a escalada recente. A realização de lucros na véspera (4) deixou dúvidas sobre a disposição dos ativos de risco em subir ainda mais, apesar da convicção de queda dos juros nos Estados Unidos e aqui.
Ou seja, falta algum gatilho para dar impulso adicional ao otimismo dos investidores visto nas últimas semanas. Aliás, o S&P 500 engatou o melhor período de cinco semanas desde 2020, ao passo que o Ibovespa sobe há seis semanas consecutivas, acumulando alta de mais de 10% no período e praticamente garantindo o resultado positivo do ano todo.
O momento, então, parece ideal para fazer uma pausa e se recompor, de olho no que vem por aí. Afinal, esta semana acaba com o relatório de emprego nos EUA (payroll) e na semana que vem é a vez da última “Super Quarta” do ano, quando Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) decidem sobre suas respectivas taxas de juros.
Desaceleração anunciada
Hoje, o relatório Jolts (12h) sobre oferta de vagas pode dar as primeiras pistas sobre a perda de tração do mercado de trabalho americano. Além disso, índices dos gerentes de compras (PMI) sobre os setores industrial e de serviços nos EUA e na Europa saem ao longo da manhã. Aqui, será conhecido o Produto Interno Bruto (9h) do trimestre passado.
A previsão é de ligeira queda da atividade econômica na comparação com os três meses anteriores, o que, se confirmado, será o primeiro resultado negativo do PIB desde o segundo trimestre de 2021. O desempenho mais fraco se deve, em linhas gerais, por causa do fim dos efeitos da supersafra e também da oferta de crédito menor.
Portanto, o consenso é que a economia brasileira desacelerou de julho a setembro. Essa direção deve aumentar a pressão sobre o Banco Central para acelerar o ritmo de queda da taxa Selic e também sobre o Congresso Nacional para aprovar as reformas fiscais. Por ora, porém, Brasília está esvaziada, com os líderes políticos na COP 28, em Dubai.