Com a decisão do Federal Reserve, o cenário é de dólar baixo, porém hoje haverá movimento pontual de ajuste para cima até sair a Ptax (13h30). Quando é dia de Ptax costuma acontecer “briga” entre alta e baixa e realização de posições.
Após a divulgação da Ptax do mês, mercado deve voltar a cair operando nos fundamentos do carry trade (diferencial de juros aqui e lá fora), fazendo sentido atrair fluxo de capital para mercados emergentes. O que mais animou o mercado internacional foi a indicação de que a autoridade monetária norte-americana não pretende retirar, antes do previsto, os estímulos concedidos por causa da pandemia. Para o governo americano não é conveniente o dólar forte, acentuando assim perspectiva de que esta estratégia se acentuará dando competitividade ao setor produtivo americano no mercado exterior. Com juros americanos perto de zero, o efeito é o maior apetite para ativos de risco no mercado doméstico.
Aumentam as expectativas sobre o que deve “acontecer” no simpósio de Jackson Hole, dias 26 a 28 de agosto para alguma pista sobre o timing para o tapering na sua política monetária que por ora o Federal Reserve manteve uma estratégia acomodatícia.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 6,5% no segundo trimestre de 2021. O resultado ficou abaixo da mediana de estimativas, que era de avanço de 8,5%.
Por aqui, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a subir 0,78% em julho, contra avanço de 0,60% no mês anterior, refletindo a aceleração da inflação tanto no atacado quanto no varejo. A leitura de julho veio abaixo da previsão, que esperava alta de 0,90%. Com o resultado do mês, o índice acumula em 12 meses alta de 33,83%. O governo central, composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou déficit primário de R$ 73,553 bilhões de reais em junho, rombo superior ao esperado por analistas.
As projeções para Selic de alta de 1 ponto porcentual na semana que vem para 5,25% ao ano também ajudam a valorizar o real. É claro que as tensões políticas e a reforma tributária podem trazer algum momento pontual de apreciação do dólar, mas em cima de fundamentos o que deve acontecer nos próximos dias é mesmo a apreciação do real.
Em resumo, a inflação está generalizada pelo mundo, os banco centrais em geral com políticas de ajuda a economia, o juro no Brasil atrativo e ainda subirá mais na semana que vem, a política aqui sempre agitada, mesmo no recesso, a covid, apesar da variante delta, está matando menos devido ao avanço da vacinação, desemprego no Brasil ainda bem alto, mas aos poucos as restrições aos horários do comércio estão diminuindo dando um impulso à economia, endividamento do brasileiro batendo recordes, crise hídrica a pleno vapor, aumentos de preços continuam.
Para o real, o que temos é um movimento de menor aversão ao risco trazendo o investidor para cá devido ao diferencial de juros. Além disso, não esqueçam os IPOs que também trazem fluxo para cá e valorizam o real.
O real já está entre as moedas que mais valorizaram desde o anúncio do Fed.