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Estabelecer uma reserva de emergência envolve economizar uma quantia de dinheiro destinada a lidar com eventos inesperados sem afetar o orçamento.
O ideal é acumular o equivalente a seis meses de despesas fixas, incluindo moradia, como aluguel, condomínio e IPTU, contas básicas de eletricidade, água, gás e internet; alimentação, especialmente itens essenciais do supermercado; transporte, seja com combustível, transporte público ou manutenção mínima do veículo; saúde, incluindo planos, consultas ou medicamentos de uso contínuo; e educação dos filhos (se houver), considerando mensalidades escolares e materiais básicos. Além disso, é necessário contabilizar as parcelas de empréstimos ou financiamentos que precisam ser pagas mensalmente.
Após identificar e registrar todas essas despesas mensais, deve-se somar o total dessas despesas e multiplicar por seis. Esse é o valor ideal para a reserva, e em caso de retiradas, o dinheiro deve ser reposto gradualmente até alcançar o montante desejado novamente.
Essa reserva deve ser aplicada em investimentos de baixo risco e com liquidez diária, ou seja, de forma segura, com acesso rápido ao dinheiro sempre que necessário. Os títulos de renda fixa do Tesouro Direto são altamente recomendados. O objetivo desse tipo de investimento não é buscar altos retornos, mas sim preservar o capital, evitando flutuações bruscas.
Nesse contexto, é aconselhável escolher títulos vinculados à Selic, cuja rentabilidade é a variação da taxa básica de juros do país, acrescida de uma taxa prefixada.
Uma das melhores opções para isso são os títulos do Tesouro Direto, especialmente o Tesouro Selic, pois se trata de um título público emitido pelo governo federal. Ao investir neste produto, o cidadão está, na prática, emprestando dinheiro ao Tesouro Nacional, e a probabilidade de inadimplência por parte do governo é mínima.
O Tesouro Selic permite o resgate do dinheiro em qualquer dia útil, com o valor sendo creditado na conta já no dia seguinte. Além disso, este título público apresenta baixa oscilação de preço, oferecendo uma rentabilidade estável e previsível, acompanhando sempre a taxa básica de juros da economia.
Mesmo com retiradas antecipadas, o investidor praticamente não enfrenta risco de perdas. Investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic estão isentos de taxas de custódia. Acima desse valor, incide uma taxa de 0,2% ao ano, além de possíveis tarifas de administração cobradas por bancos e corretoras. Fora dos títulos públicos, é aconselhável aplicar a reserva de emergência em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de grandes bancos, com liquidez diária e indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é equivalente à Selic.
Os CDBs são investimentos de renda fixa cujo rendimento geralmente acompanha a variação dos juros no país. Quando a taxa Selic aumenta, os CDBs tendem a render mais; quando a Selic diminui, o rendimento também cai. Isso ocorre porque o rendimento de muitos CDBs está atrelado ao CDI, uma taxa de referência muito próxima da Selic.
Por exemplo, um CDB que rende 100% do CDI, com a Selic a 15% ao ano, terá um retorno bruto aproximado de 15% ao ano também. Em cenários como esse, a rentabilidade tende a superar a inflação medida pelo IPCA, garantindo um ganho real para o investidor.
Além disso, os CDBs contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que assegura até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira. Isso significa que, mesmo em caso de falência do banco emissor, o investidor tem direito ao reembolso desse valor.
Embora a poupança ainda seja amplamente utilizada por muitas pessoas, principalmente por ser vista como um “lugar seguro” e de fácil acesso, é importante lembrar que, do ponto de vista financeiro, trata-se de uma alternativa pouco eficiente. Ela atrai justamente por não exigir conhecimentos sobre taxas, prazos ou riscos: basta depositar o dinheiro. No entanto, essa simplicidade esconde limitações significativas.
Quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, como ocorre atualmente, a poupança rende apenas 0,5% ao mês mais a variação da TR (Taxa Referencial), que hoje está praticamente zerada. Isso representa uma rentabilidade inferior à de diversos investimentos de perfil igualmente conservador.
Outro ponto é a forma como o rendimento da poupança é creditado, o dinheiro só "cresce" a cada 30 dias corridos, no chamado aniversário da aplicação. Se o investidor precisar sacar o valor antes dessa data, não receberá rendimento algum sobre aquele período, o que, na prática, é como se o dinheiro tivesse ficado parado na conta corrente.
Por fim, é importante reforçar que a reserva de emergência não deve ser mantida na conta bancária de uso diário, mesmo que essa conta ofereça algum tipo de rentabilidade. Isso pode criar uma falsa sensação de que o valor está disponível para uso comum, aumentando a chance de gastar o que deveria ser reservado para imprevistos. Mais do que uma escolha financeira, a reserva de emergência é um gesto de cuidado com o futuro e tranquilidade no presente.