Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 09.07.2025, 08:20
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam com pouca variação nesta quarta-feira, enquanto os investidores absorvem o intenso fluxo de notícias sobre tarifas comerciais nesta semana e aguardam a divulgação da ata da reunião de política monetária de junho do Federal Reserve.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reafirma que o novo prazo para adoção de tarifas será mantido, ao mesmo tempo em que sinaliza a intenção de ampliar sua agenda comercial com a possível imposição de uma tarifa de 50% sobre o cobre.

Paralelamente, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, é apontado como um dos principais nomes cotados por Trump para substituir Jerome Powell na presidência do Fed.

No Brasil, em meio a uma agenda econômica esvaziada, os investidores seguem de olho no impasse sobre o IOF e em manifestações do presidente do banco central, Gabriel Galípolo, em uma comissão da Câmara logo mais.

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1. Futuros com leve alta em Nova York

Os índices futuros das bolsas norte-americanas exibiam variação positiva nesta quarta-feira, refletindo a expectativa dos investidores com a ata da última reunião do Federal Reserve e a crescente tensão em torno das tarifas comerciais dos Estados Unidos.

Às 07h30 de Brasília, os contratos futuros do Dow Jones subiam 0,21%, enquanto os do S&P 500 avançavam 0,19% (12 pontos) e os do Nasdaq 100 ganhavam 0,18% (40 pontos).

Na véspera, o mercado em Wall Street encerrou o pregão com direções mistas, em meio ao noticiário carregado sobre política comercial. Apesar do envio de novas cartas pela Casa Branca a diversos parceiros internacionais detalhando a elevação das tarifas, o mercado reagiu positivamente à prorrogação do prazo para implementação das medidas, agora previsto para 1º de agosto. Originalmente, as tarifas estavam programadas para entrar em vigor nesta quarta-feira.

“O mercado acabou por desconsiderar, em grande medida, as novas ameaças tarifárias do presidente norte-americano, concentrando-se na postergação do prazo para reimposição das chamadas ‘tarifas recíprocas’”, avaliou Jonas Goltermann, economista-chefe adjunto da Capital Economics, em relatório enviado a clientes.

Apesar da extensão do prazo, Trump reafirmou durante reunião de gabinete que não haverá novo adiamento. Segundo ele, as conversas com a União Europeia e a China evoluem, mas indicou que o bloco europeu está prestes a receber sua própria notificação tarifária.

O presidente norte-americano também sinalizou a possibilidade de impor uma tarifa de 50% sobre o cobre, sugerindo que sua estratégia comercial pretende atingir não apenas países, mas setores estratégicos. O cobre tem aplicação essencial em segmentos como veículos, defesa, infraestrutura elétrica e tecnologia industrial.

Outros segmentos, como farmacêutico e semicondutores, podem ser incluídos na lista tarifária nas próximas semanas, de acordo com declarações de Trump.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que as tarifas já geraram uma arrecadação de US$ 100 bilhões em 2025, com potencial de atingir US$ 300 bilhões até o final do ano. Segundo ele, a arrecadação ganhou força a partir do segundo trimestre, com a entrada em vigor da tarifa básica de 10% e os ajustes sobre aço, alumínio e veículos.

Analistas observam que as receitas com tarifas têm ganhado papel central na política fiscal da Casa Branca, sobretudo como instrumento para financiar os cortes de impostos e os novos programas de gastos públicos aprovados recentemente.

2. Investidores aguardam ata do Fomc em meio à pressão sobre o Fed

A publicação da ata da reunião de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) está no radar dos mercados nesta quarta-feira. Investidores buscam sinais mais claros sobre a trajetória dos juros à frente.

Na ocasião, o Fed optou por manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5%, adotando um posicionamento cauteloso diante das incertezas provocadas pelo ambiente tarifário.

Desde então, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem reiterado a necessidade de prudência, ainda que admita que, em condições normais, cortes nos juros já estariam sendo implementados.

O mercado de juros futuros precifica dois cortes até o fim de 2025, o primeiro possivelmente em setembro e outro em dezembro —, mas a visibilidade sobre o ciclo segue limitada. O impasse se agrava com a escalada de críticas por parte de Trump, que voltou a atacar Powell publicamente, pedindo sua renúncia e alegando que o atual presidente do Fed seria um obstáculo para o crescimento econômico.

3. Hassett ganha força como possível sucessor de Powell no Fed

De acordo com o Wall Street Journal, Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, passou a ser considerado um dos principais nomes para assumir o comando do Federal Reserve, caso Powell deixe o cargo.

Hassett, que tem forte alinhamento com as posições econômicas de Trump, superou o ex-diretor do Fed Kevin Warsh como nome favorito. Segundo a reportagem, Hassett se reuniu ao menos duas vezes com o presidente nas últimas semanas de junho para tratar do assunto.

A possível substituição de Powell por um nome mais alinhado politicamente tem gerado apreensão nos mercados, especialmente diante da possibilidade de uma guinada mais intervencionista na política monetária.

4. Petróleo opera estável com atenção aos estoques dos EUA

Os contratos futuros de petróleo operam perto da estabilidade, enquanto o mercado digere os dados da indústria sobre estoques e monitora os impactos potenciais das tarifas sobre a demanda global.

No momento da redação, os contratos do Brent subiam 0,1%, a US$ 70,19 o barril, enquanto o WTI era negociado a US$ 68,36, também com variação discreta.

Ambos os benchmarks atingiram máximas de duas semanas na terça-feira, sustentados por temores de interrupções no abastecimento após novos ataques Houthis no Mar Vermelho, uma das principais rotas do comércio marítimo internacional.

Segundo o American Petroleum Institute, os estoques de petróleo bruto nos EUA registraram um aumento inesperado de 7,1 milhões de barris na semana encerrada em 4 de julho, contrariando a estimativa de queda de 2,8 milhões de barris.

O mercado agora aguarda o relatório oficial da Energy Information Administration (EIA), que será divulgado ainda hoje. Tradicionalmente, o feriado do Dia da Independência nos EUA impulsiona a demanda por combustíveis devido ao aumento de viagens.

5. Impasse sobre IOF no Brasil

Em meio a um calendário econômico esvaziado, com feriado no estado de São Paulo, o investidor deve seguir acompanhando os esforços de articulação política do governo federal para evitar a ampliação da incerteza fiscal e seus impactos diretos no equilíbrio das contas públicas neste ano e em 2026.

Ontem, representantes do governo Lula e da cúpula do Congresso se reuniram para tentar reabrir o diálogo sobre o impasse em torno da elevação das alíquotas do IOF, proposta pela equipe econômica para reforçar a arrecadação em 2025.

O encontro, embora simbólico, terminou sem avanços, refletindo a resistência do Legislativo a qualquer aumento de tributos e a preferência por cortes de gastos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta reverter na justiça a decisão do Congresso que barrou o decreto presidencial, mas a liminar do ministro do STF, Alexandre de Moraes, suspendeu tanto o decreto quanto a derrubada parlamentar, o que, na prática, mantém o IOF nos patamares antigos e deve frustrar em R$ 2 bilhões a arrecadação de julho.

Pela manhã, o presidente do banco central, Gabriel Galípolo, participará de uma audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, e deve se manifestar sobre a política monetária e a situação econômica do país.

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