Inflação nos EUA acelera em junho, mas mantém apostas de corte de juros pelo Fed
O Brasil não tem um projeto de Nação — apenas pautas de momento, de governo. E a pauta do momento é a tal da justiça social, que, na prática, significa aumentar impostos sobre os mais ricos.
A ordem do dia é a taxação de grandes fortunas, sob o pretexto de reduzir a desigualdade entre ricos e pobres. Mas isso realmente funciona?
A França, por exemplo, criou em 1982 o Impôt de Solidarité sur la Fortune (ISF). O resultado? Fuga de capitais e migração fiscal de muitos milionários. Em 2017, Emmanuel Macron aboliu o ISF, substituindo-o por um imposto sobre grandes patrimônios imobiliários apenas — uma forma de suavizar os impactos.
Na Noruega, o imposto sobre grandes fortunas ainda existe. Mas, só nos últimos anos, mais de 60 milionários mudaram seu domicílio fiscal para a Suíça e outros países com tributação mais amigável.
Segundo a Henley & Partners, consultoria especializada em migração de alta renda, o Brasil perdeu 800 milionários em 2024. A projeção para 2025 é de 1.200 — um salto de 50% na fuga de capital humano e financeiro.
O temor fiscal é o segundo motivo mais citado por quem deixa o país. O primeiro? A insegurança.
Mas qual é o problema de um milionário mudar seu domicílio fiscal? Não é apenas uma mudança de CEP. Isso afeta diretamente a arrecadação nacional, reduz a geração de empregos qualificados e enfraquece setores ligados ao consumo e aos investimentos de alta renda.
Embora o número absoluto pareça pequeno, o impacto é multiplicador. Quando a base tributária encolhe, o governo tende a baixar a régua: se antes o alvo eram os que tinham mais de dois milhões de reais, agora quem possui apenas um milhão — o equivalente a um apartamento simples e um carro médio — já entra na mira.
Além disso, esses contribuintes de alta renda costumam abrir empresas, inovar, gerar empregos e fomentar o crescimento econômico. Sem eles, perde-se dinamismo, e a desigualdade se aprofunda.
É por isso que a verdadeira justiça social não se faz com discursos sobre “taxar os ricos” — até porque quem tem muito sabe como proteger seu patrimônio. Justiça social se faz com ambiente de negócios favorável, menos impostos, Estado mais enxuto, e educação pública de qualidade para todos.
Taxar os que geram empregos e riqueza pode ser popular, mas é um tiro no pé. Pode agradar no palanque, mas prejudica a base produtiva da Nação — e compromete o futuro de todos, especialmente os mais pobres.