Pressão em bancos resulta em perda de 2,10% no Ibovespa, maior desde 4 de abril

Publicado 19.08.2025, 14:39
Atualizado 19.08.2025, 18:10
Pressão em bancos resulta em perda de 2,10% no Ibovespa, maior desde 4 de abril

A pressão nas ações do setor financeiro (BB ON -6,03%, Itaú (BVMF:ITUB4) PN -3,04%, Bradesco (BVMF:BBDC4) PN -3,43%, Santander (BVMF:SANB11) Unit -4,88%) resultou, nesta terça-feira, 19, na maior perda em porcentual para o Ibovespa desde o mergulho de quase 3% em 4 de abril, há mais de quatro meses. Com a retomada de temores sobre a relação Brasil-EUA após desdobramento no Supremo Tribunal Federal (STF) em torno das sanções aplicadas pela Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) cedeu terreno desde a abertura, aos 137.321,13 pontos, e chegou a perder a linha de 134 mil pontos na mínima da sessão, aos 133.996,87, em ajuste de 3.324,26 pontos entre os extremos do dia. Ao fim, mostrava queda de 2,10%, aos 134.432,26, com giro a R$ 22,4 bilhões. Foi o menor nível de fechamento para o índice desde 5 de agosto.

Na semana, o Ibovespa recua 1,40%, restringindo o avanço do mês a 1,02% e o do ano a 11,76%. Na ponta perdedora, Raízen (BVMF:RAIZ4) - devolvendo a alta do dia anterior, com o esclarecimento da Petrobras (BVMF:PETR4) de que não planeja investimento na empresa -, nesta segunda-feira em baixa de 9,57%, à frente de Cosan (BVMF:CSAN3) (-6,41%) e de Banco do Brasil (BVMF:BBAS3).

Nos destaques positivos, Minerva (BVMF:BEEF3) (+2,93%), Suzano (BVMF:SUZB3) (+0,78%), Hypera (BVMF:HYPE3) (+0,48%), Marfrig (BVMF:MRFG3) (+0,17%) e Vale (BVMF:VALE3) (+0,08%) - apenas estes cinco dos 84 papéis da carteira Ibovespa conseguiram encerrar o pregão no campo positivo. Petrobras recuou 1,37% na ON e 1,05% na PN, em dia negativo para o petróleo em Londres e Nova York.

Na B3, "a decisão do Flávio Dino sobre o ministro Alexandre de Moraes não ser alcançado pela Magnitsky com certeza" pesou nas ações de bancos ao longo desta terça-feira, enfatiza um operador de renda variável.

A decisão de Dino, que afasta a eficácia automática de leis estrangeiras no Brasil, causou nova onda de dúvidas e apreensão no setor bancário, sobretudo naquelas instituições que têm operações nos Estados Unidos, de acordo com fontes ouvidas pelos jornalistas Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Gabriel Baldocchi, da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Com temor de mais insegurança jurídica, bancos que já estavam buscando pareceres no exterior sobre o tema preveem nova rodada de conversas com bancas de advocacia.

"Outro destaque negativo do dia foi a forte queda de Raízen, após a Petrobras negar a possibilidade de compra de ativos da empresa, um rumor que era visto, ontem, como uma boa alternativa de recuperação para a companhia, que se encontra em situação difícil no momento", diz João Paulo Fonseca, head de renda variável da HCI Advisors.

No quadro mais amplo, "a Bolsa já abriu em forte queda muito por conta da situação com os Estados Unidos e a decisão de Dino, o que trouxe efeito também para o câmbio e a curva de juros doméstica, em cima de notícia que traz apreensão ao mercado", diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia realizar reunião ministerial na próxima terça-feira, 26. Segundo fontes do Palácio do Planalto, na pauta, o alinhamento do discurso governista sobre as reações ao tarifaço e a regulação das redes sociais, reporta o jornalista Gabriel de Sousa, da Broadcast.

"Queda acentuada do Ibovespa hoje foi puxada pela posição do STF sobre a Lei Magnitsky, com redução da exposição dos investidores ao setor financeiro com essa decisão, que traz uma dinâmica prejudicial e leva a uma realização no segmento de bancos", aponta João Soares, sócio-fundador da Rio Negro Investimentos.

"Acredito que a decisão de Flávio Dino foi uma estratégia para ganhar tempo, já que a implementação da Lei Magnitsky, que prevê a restrição dos serviços bancários, ocorre de forma gradual, não imediata. Entendo que terão que cumprir a exigência internacional na íntegra, apenas não está claro quando", o que traz grande incerteza para o investidor, enfatiza Gabriel Filassi, sócio da AVG Capital.

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