Nesta quinta-feira, 5 de junho de 2025, o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,59, o menor valor em oito meses. E, como sempre acontece quando o câmbio balança, a pergunta se repete: isso é bom ou ruim?
A valorização do real foi impulsionada por uma entrada significativa de dólares no país e por sinais de alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, após uma conversa entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
A verdade é que, no mundo real, a resposta depende de onde você está sentado à mesa.
Para quem importa, um alívio
Se você é empresário e compra insumos em dólar, tecnologia, componentes industriais, medicamentos e combustíveis, a notícia é excelente. Seu custo cai, suas margens respiram, e você consegue fazer contas com mais previsibilidade.
Mesma lógica para quem vai viajar ou pagar aquele curso no exterior. De repente, a fatura do cartão ficou um pouco menos amarga.
Para quem exporta, nem tanto
Mas do outro lado da moeda (literalmente), os exportadores sentem o impacto. O real valorizado torna o produto brasileiro mais caro lá fora, e menos competitivo.
Agro, siderurgia, papel e celulose, têxtil… vários setores podem sofrer pressão nas receitas se essa tendência se consolidar.
Por que o dólar caiu?
A queda não veio por acaso. Entre os motivos:
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Entrada de capital estrangeiro no Brasil: investidores de olho nos juros atrativos e em ativos mais baratos.
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Cenário externo mais calmo: uma reaproximação entre EUA e China ajudou a esfriar tensões comerciais.
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Expectativa de corte de juros nos EUA: o que reduz o apelo de manter dólares “parados” por lá.
Ou seja: o movimento é parte de um jogo maior, e não apenas reflexo da economia brasileira.
E o que isso diz sobre o Brasil?
Curiosamente, o real é uma das moedas emergentes que mais se valorizaram em 2025. Em parte porque estamos ficando mais previsíveis, mesmo com ruídos políticos.
Mas isso também aumenta a responsabilidade: precisamos transformar esse “respiro” em produtividade, investimento e competitividade real.
O que fazer agora?
Se você é investidor, pode ser um bom momento para revisar sua exposição cambial.
Se é empresário, talvez valha a pena antecipar compras ou travar contratos futuros.
Se está se preparando para viajar, aproveite, mas sem contar que essa cotação vai durar para sempre.
Porque o câmbio, assim como a economia, não tem zona de conforto. Ela premia quem se antecipa e pune quem espera demais.