Bom, ontem foi bem como diz o título acima. Nestes dias que antecedem a Ptax de final de mês, trimestre e semestre, a volatilidade impera no câmbio.
A virada do mercado para alta veio com dois fatores principais: dados fracos sobre a confiança do consumidor dos Estados Unidos, que reacenderam temores de recessão, e os receios fiscais domésticos. O dólar à vista ontem fechou cotado em R$ 5,2671 para venda. Vejam a oscilação do dia : a menor cotação foi de R$ 5,1887, e a mais alta, de R$ 5,2798.
A preocupação com a inflação levou os norte-americanos a antecipar que a economia desacelerará significativamente ou até entrará em recessão no segundo semestre do ano.
As falas de autoridades do Fed. também ajudaram o dólar a valorizar uma vez que mostraram a intenção de elevar os juros acentuadamente para tentar controlar a inflação.
Os juros mais altos tendem a atrair recursos para o mercado dos Estados Unidos, já que elevam os retornos da dívida do país, considerada extremamente segura.
Por aqui continua a “novela” da Pec para elevar o valor do Auxílio Brasil para 600 reais e ampliar o auxílio do vale-gás para as famílias e destinar recursos para a criação de um chamado "voucher caminhoneiro", buscando compensar os efeitos da alta dos preços no país. Esse tipo de situação passa a investidores a impressão de que a equipe econômica do governo cedeu à pressão das eleições presidenciais deste ano, e deixa o mercado preocupado com o comprometimento do governo com o teto de gastos. A apresentação do relatório da Pec está prevista para hoje as 9:30, se não adiarem novamente…
Para quem quiser saber a evolução da moeda americana no ano de 2022, o dólar acumula alta de 10,79% só em junho e avança 10,59% no segundo trimestre. A movimentação não compensa, no entanto, a queda de 14,55% vista nos primeiros três meses do ano. Portanto em 2022 o dólar ainda recua 5,50%.
Para hoje aqui no Brasil IGP-M (mensal, junho), dado importante de inflação. Nos EUA, PIB trimestral e discurso, às 10:00, de Powell. Não entrem em pânico, afinal, ele não vai falar nada diferente do que já vem dizendo, aumentar juros para tentar segurar a persistente inflação, inclusive em detrimento do crescimento econômico e aumento do desemprego. Na Europa, as atenções estarão no discurso da “atrazilda” Christine Lagarde, que vai falar que vai devagar com os aumentos de juros por lá.
O que devemos nos preocupar, de fato, é com a China, afinal, é nosso maior comprador de commodities. Se eles diminuírem o ritmo de compras, daí sim, a coisa complica para nós.
Boa sorte, sangue frio e que tenham lucros!