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Dólar Deu Uma Aliviada, Mas a Recessão Segue no Radar

Publicado 28.06.2022, 06:05
USD/BRL
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Ontem, a volatilidade dominou o mercado de cambio.  O dólar à vista oscilou entre 5,2760 na máxima e R$ 5,2027 na mínima. Fechou em R$ 5,2352 com um certo alívio após a divulgação de dados robustos sobre a economia norte-americana. As encomendas de bens produzidos nos Estados Unidos avançaram acentuadamente, enquanto as vendas pendentes de moradias também subiram, contrariando expectativa de forte baixa e reduzindo, por ora, temores de recessão.
 
Os preços de commodities ainda altos continuam impedindo uma desvalorização mais expressiva da moeda brasileira. 
 
Por aqui, temores sobre a saúde das contas públicas (risco fiscal) ganharam força desde que o relator da PEC dos Combustíveis, afirmou que o texto vai incluir na Constituição federal um aumento de 200 reais no valor do Auxílio Brasil, reajuste do auxílio-gás em torno de 70 reais e a criação de um "voucher caminhoneiro" de 1.000 reais.  Medidas como essas, que não possuem contrapartida na arrecadação, prejudicam a dinâmica da dívida pública e elevam o prêmio de risco do país. A falta de comprometimento fiscal acaba trazendo uma imagem negativa para o investidor estrangeiro e afeta diretamente o fluxo de recursos para o Brasil. 
 
O aumento nos juros de países desenvolvidos faz com que o fluxo de dinheiro que viria para cá (mesmo com nossa taxa mais alta) migre para eles, por serem países mais seguros. 
 
A aproximação da formação da Ptax do fim de junho (quinta feira) deve continuar trazendo volatilidade ao câmbio. 
 
Muito importante monitorar o risco de recessão global de perto, quanto tempo isso pode durar, impactara diretamente no crescimento do Brasil também (mas, por aqui, será leve). O Brasil poderia ser afetado pela recessão por causa das exportações, que no primeiro trimestre responderam por 19% do PIB. Se os compradores de commodities entrarem em recessão, ou nos exportaremos menos, ou os preços vão cair. Os países que mais compram do Brasil são em primeiro lugar a China e em segundo os EUA. Vamos acompanhar também a Covid-19 na China e a guerra na Ucrânia. 
 
Força, Brasil!!! Bons negócios a todos!

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