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Dólar: Fatores internos confirmados para a escalada da moeda americana ante real

Publicado 03.07.2024, 08:48
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O dólar chegou a R$ 5,70 nesta terça-feira e foi a evidência incontestável de que as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária do Banco Central (BC) sob o comando de Roberto Campos Neto é a força motriz da escalada da cotação da moeda americana ante o real. Se antes poderia haver uma contestação de que o cenário externo tinha influência, ontem o mercado global apresentou queda do dólar ante a maioria das moedas do mundo, inclusive com moedas pares ao real apresentando ganhos, como o peso mexicano e o peso colombiano.

A moeda brasileira apresentou uma desaceleração de alta após ficar acima de R$ 5,70, com especulações de que o Banco Central consultou Tesouraria de bancos sobre uma eventual intervenção no mercado cambial, um dos instrumentos disponíveis para diminuir a escalada da moeda americana. Mesmo assim, fechou ontem em alta de 0,22% a R$ 5,6665.

A intervenção cambial ocorre em momentos em que há uma disfuncionalidade, como a de hoje, em que a moeda brasileira perdeu valor e seus pares se valorizaram ante o dólar. Porém, esse instrumento será ineficaz se Lula continuar a criticar o presidente do BC.

Outro instrumento disponível pelo BC seria a comunicação, reancorando as expectativas dos investidores e dissipando a deterioração da inflação. Mas, declarações recentes de Campos Neto foi em linha com as projeções do mercado, especialmente do Boletim Focus.

Portanto, resta o presidente Lula a diminuir os ataques, porém sem sinalização de que vai retroceder. Ainda mais que o Palácio do Planalto adotou a estratégia de realização de entrevistas do presidente a rádios locais durante viagens de Lula pelo Brasil.

Resta saber se as fortes críticas de Lula resultam em aumento em popularidade, já que o mercado financeiro não goza de simpatia pelo brasileiro médio. Mas, o brasileiro médio também sente no bolso os aumentos de preços, que fatalmente virá com essa escalada da cotação da moeda americana.

Lula já apresentou preocupação com a forte desvalorização do real, sem revelar estratégia para mitigá-la. Os investidores especularam ontem a introdução de IOF nas operações cambiais, que foi prontamente descartada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem Lula fará reunião hoje para avaliar o cenário.

Se, infelizmente, não houver um freio de arrumação nessa falta de consenso entre Planalto e BC, o risco de alta da taxa Selic cresce. A curva de juros futuros já precifica retomada da alta da Selic na próxima reunião do Copom, em 31 de julho, com possibilidade de encerrar esse eventual endurecimento da política monetária com uma taxa terminal de 12,25% em janeiro do ano que vem.

CONFIRA: Curva de juros do Brasil

Por fim, a sinalização de Lula de que o próximo presidente do BC, que será indicado por ele, deve seguir em linha com os objetivos do seu governo, também acende sinal de alerta do mercado. Os temores são de um BC leniente com a inflação a partir de 2025, mas esse receio já é refletido no preço do dólar, que vai elevar a inflação com um BC que, na visão do mercado, não vai combatê-la da maneira correta.

Havia dúvidas antes de que a recente desvalorização do real tinha a ver com o mercado externo. De certa forma sim, embora o principal motivo seja as críticas de Lula ao BC, além de incertezas fiscais, das quais o próprio presidente alimenta ao não sinalizar corte de gastos – pelo contrário, aponta a continuidade de um ajuste fiscal esgotado pelo lado da arrecadação.

As moedas pares do real também se desvalorizaram em 2024. Muito por conta da frustração dos investidores em relação ao início do corte de juros nos EUA. Esperado ao menos 6 cortes de 25 pontos-base para este ano no fim de 2023, deverá ter 1 (de acordo com projeção do Fed) ou no máximo 2 cortes (como prevê o mercado).

Caso o Fed comece a sinalizar cortes a partir de setembro, é possível ter um início de reversão da recente alta do dólar em breve. Para isso, precisa confirmar dados de inflação abaixo das projeções de mercado, como ocorreu em maio ou junho, junto com uma desaceleração do mercado de trabalho que teimosamente ocorre lentamente. Caso haja uma inflação acima do esperado sem desaceleração do mercado de trabalho, a situação do dólar ante o real não é animadora.

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