Ação da Braskem renova mínima em 10 anos com resultado fraco e nova queima de caixa no 2º tri
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira Brava Energia (BVMF:BRAV3) registrou lucro líquido de R$1,05 bilhão no segundo trimestre, com impulso de recordes de produção, receita e resultados operacionais, informou a empresa nesta quarta-feira.
O resultado reverteu um prejuízo líquido de R$582,1 milhões no mesmo período do ano anterior.
"A gente vem consolidando uma trajetória de entrega de resultados... tivemos um aumento de margem, melhora de caixa, dos endividamentos, foi um trimestre repleto de coisas boas", disse o presidente da companhia, Decio Oddone, em entrevista à Reuters.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou recorde de R$1,33 bilhão entre abril e junho deste ano, alta de 29% ante o mesmo período de 2024.
O capex também foi reduzido no período, marcando o segundo trimestre consecutivo com redução na linha de investimentos, segundo a companhia. Isso foi possível, especialmente, pela finalização da primeira etapa do projeto Atlanta, que incluiu a perfuração de dois novos poços, a conexão de seis poços ao novo FPSO que entrou em operação em janeiro e a instalação de novos equipamentos submarinos.
Do lado da alavancagem, Oddone afirmou que a empresa encerrou o trimestre com US$933 milhões em caixa e indicador de dívida líquida/Ebitda de 3,1 vezes, reduzindo em 0,3 vez quando comparado com o primeiro trimestre. A expectativa, segundo o executivo, é encerrar o ano com o indicador de endividamento abaixo de 2 vezes e chegar a cerca de 1,25 vez em um prazo mais longo.
Sobre eventuais aquisições, Oddone afirmou que a empresa não tem atualmente "nada no radar". "Nosso foco agora é desalavancar... e entrega operacional", afirmou.
A receita líquida da empresa somou R$3,14 bilhões, alta de 0,4% ante o mesmo período do ano passado.
OPERAÇÕES
Do lado operacional, a Brava alcançou um recorde de 85,9 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) entre abril e junho, 21,3% acima do trimestre anterior.
O impulso ocorreu com o avanço em Atlanta e um aumento da eficiência operacional no campo de Papa Terra, na Bacia de Campos.
"A gente vem batendo o recorde de produção desde o início do ano. Em julho, a média diária chegou a quase 91 mil barris", afirmou Oddone, adiantando que a produção da companhia deverá se manter em torno de 90 mil boe/d no segundo semestre.
Atlanta registrou seu maior nível de produção desde o início da operação do campo, de 36 mil boe/d, no segundo trimestre, enquanto Papa-Terra teve seu maior volume de produção desde que foi adquirido pela Brava, em dezembro de 2022, de 19 mil boe/d.
A produção maior também reduziu o lifting cost da companhia para US$17,4 por boe no trimestre (incluindo afretamento), contra US$22,6 por boe no mesmo trimestre de 2024.
Oddone ponderou que a produção da companhia deverá ter declínio em 2026, mas que novos poços que serão perfurados, deverão elevar a produção para acima de 100 mil boe/d a partir de 2027.
A Brava planeja quatro novos poços, sendo dois em Atlanta e dois em Papa-Terra, com início da perfuração previsto para entre o fim deste ano e o início do próximo.
Os investimentos previstos para a perfuração de cada poço giram entre US$80 milhões e US$100 milhões, explicou o executivo.