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Dólar: Muita Volatilidade no Câmbio Entre Dados Externos e Tensões Internas

Publicado 10.09.2021, 07:20
Atualizado 11.10.2023, 23:02

E para apimentar um pouco mais o cenário de tensões, os caminhoneiros bloquearam estradas, mas liberaram parte das rodovias por volta das 12 horas. A escalada do conflito político entre o presidente e os outros Poderes estava assustando os investidores, que preferiram adotar uma postura mais defensiva. Além disso, a falta de confiança também prejudica a retomada econômica e levanta um alerta para a questão fiscal do país. A ameaça de uma ruptura institucional faz com que o prêmio do risco aumentasse no decorrer do dia, afastando o investidor internacional e pressionando o câmbio e os juros.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o núcleo da inflação está muito mais alto do que a autoridade monetária gostaria, mas reafirmou que o BC tem autonomia para e vai agir de maneira independente com os instrumentos que tem à disposição para controlar a inflação. Disse ainda que as previsões para o PIB podem sofrer reduções por causa do avanço da variante delta do coronavírus.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,87 por cento em agosto, após alta de 0,96 por cento no mês anterior. No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA teve alta de 9,68 por cento, contra alta de 8,99 por cento do mês anterior. Com o resultado, a inflação é a mais alta desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%. No ano, o IPCA acumula alta de 5,67%. A gasolina foi a vilã da inflação em agosto.

Os dirigentes do Federal Reserve sugerem que os fracos dados econômicos recentes não são suficientes para empurrar o início da redução gradual para o próximo ano. Os dados semanais de pedidos de seguro-desemprego caíram em 35 mil, para um número com ajuste sazonal de 310 mil na semana encerrada em 4 de setembro. Esse foi o patamar mais baixo desde meados de março de 2020, quando os serviços não essenciais tiveram de ser fechados para conter a primeira onda de casos de Covid-19. As solicitações caíram de um recorde de 6,1 milhões no início de abril de 2020, mas permanecem acima da faixa de 200 mil a 250 mil, considerada condizente com um mercado de trabalho saudável. Há um otimismo cauteloso de que a escassez de mão de obra diminuirá a partir de setembro, após o término dos auxílios-desemprego financiados pelo governo, que acontece na próxima segunda-feira (13).

O Banco Central Europeu (BCE) reduzirá ligeiramente suas compras de títulos de emergência ao longo do próximo trimestre. Foi um pequeno passo para desfazer a ajuda econômica de emergência que sustentou o bloco durante a pandemia e o BCE vai comprar títulos a um ritmo moderadamente menor nos próximos três meses do que os 80 bilhões de euros por mês que comprou nos dois trimestres anteriores. O Banco Central Europeu elevou suas projeções de crescimento e inflação para este ano, considerando que a economia da zona do euro está se recuperando mais rapidamente da pandemia do que a maioria esperava. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a zona do euro está a caminho de um forte crescimento no terceiro trimestre e que o BCE prevê a atividade econômica de volta ao seu nível pré-pandemia até o final do ano.

Ontem, na contramão de suas falas anteriores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou da China na questão das vacinas e disse que o país foi essencial para a gestão da pandemia no Brasil, em especial pela produção de insumos para vacinas contra a Covid. A 13ª Cúpula do BRICS, grupo formado Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é realizada por encontro virtual a partir de Nova Deli, na Índia, país que ocupa a presidência do bloco em 2021. Esta foi a primeira participação de Bolsonaro em reunião do bloco desde que Carlos França assumiu o ministério das Relações Exteriores no lugar de Ernesto Araújo.

Mercado ontem abriu em alta chegando a bater R$ 5,3342, mas antes das 11 horas reverteu para queda operando na casa de R$ 5,27, com movimento de realização de posições, após as 14 horas mercado reverteu tendência de queda (que mais parecia um ajuste e realização de posições) e subiu batendo R$ 5,30 e operou rondando isso no decorrer da tarde. Tudo mudou no final da tarde, após fala apaziguadora do presidente. Aliás, diga-se de passagem, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, batendo à mínima de R$ 5,222. Volatilidade foi muito grande.

Na declaração, Bolsonaro ainda afirmou que a harmonia entre os poderes não é um desejo seu, mas sim uma “determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”.

Reforçando o tom conciliador, Bolsonaro também disse que “Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”.

A nota oficial foi lida por investidores como uma tentativa de pacificação entre os Poderes depois da escalada das tensões que minou os mercados na véspera. O dólar à vista encerrou em baixa de 1,80%, a R$ 5,2277. Pouco antes de o documento vir a público (por volta de 16h30), a moeda estava em queda de apenas 0,31%, a R$ 5,3072 reais.

O documento pegou de surpresa o mercado, que na véspera reagiu de maneira aguda à escalada da crise após um discurso do presidente da República no 7 de Setembro em que ameaçou descumprir ordens judiciais, piorando um ambiente já tensionado e reduzindo ainda mais o espaço para qualquer progresso na agenda de reformas econômicas.

Por ora, o tom mais baixo de Bolsonaro oferece algum respiro à atmosfera conturbada no campo político-institucional, mas analistas lembram que reviravoltas de discurso do presidente têm ocorrido desde o início de seu governo.

A lição que o mercado aprendeu ontem foi que quem dá rumo ao câmbio aqui no Brasil é sim a política. Aqui política fala mais alto do que fundamentos, índices e inclusive fatos como crise hídrica, inflação, risco fiscal, juros no exterior e muitos outros.

Boa sorte e sangue frio caríssimos leitores!

Últimos comentários

Bom dia Sra Vanessa, gosto muito de sua análise!Se fosse possível, para mim, seria ótimo ter de você algum comentário no período da tarde, por volta das 15h…Desde já agradeço
Boa tarde Paulo, mercado já devolveu o impacto do discurso apaziguador e tem dúvidas quanto a duração da calmaria, até porque nada mudou com relação aos fatos daqui, inflação, crise hídrica, risco fiscal. Não tem fundamentos para manter a baixa, a menos que na semana que vem afastem a ideia dos precatórios romperem o teto de gastos e o presidente ficar quieto ou no modo "paz e amor". A inflação nos EUA também parece mais persistente do que temporária. Vamos acompanhar.
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