Bitcoin inicia semana com fôlego, mas mercado segue cauteloso
- Dólar segue estável próximo de 98,4 enquanto mercados avaliam tarifas, política monetária e cenário político.
- Resistência em 98,35 limita o avanço; para um rali mais consistente, será necessário apoio dos yields e sinal mais claro do Fed.
- Apesar da tendência técnica estável, risco político e tensões comerciais devem manter a volatilidade no curto prazo.
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O dólar vinha subindo havia duas semanas, mas apresenta sinais de moderação e cautela. Após alcançar a máxima de 98,95 na semana passada, iniciou a atual em torno de 98,4, refletindo a incerteza dos mercados diante da aproximação das tarifas previstas para 1º de agosto, da política de juros do Federal Reserve e das declarações do presidente Donald Trump.
Contagem regressiva para as tarifas
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que o prazo final para entrada em vigor das tarifas segue mantido para 1º de agosto, com negociações em andamento até lá. A confirmação, contudo, não eliminou o clima de apreensão. Cresce a percepção de que a Casa Branca poderá usar as tarifas não apenas como instrumento comercial, mas também como ferramenta de pressão política, o que continua influenciando o comportamento do dólar.
Como já destacado na análise da semana passada, a postura agressiva de Trump no comércio exterior costuma gerar incerteza no curto prazo, mas reforça o papel do dólar como moeda de reserva global. Um cenário semelhante se desenha agora. Em meio às tensões geopolíticas, o índice do dólar (DXY) segue resiliente, enquanto investidores observam atentamente a reação da União Europeia diante da ameaça tarifária.
Fed adota tom mais conservador
As declarações recentes do Fed diminuíram as chances de corte de juros imediato. Apesar disso, o diretor do Fed, Christopher Waller manifestou apoio à redução em julho, argumentando que o impacto inflacionário das tarifas seria temporário e destacando sinais de fraqueza na inflação e no mercado de trabalho como justificativa para flexibilização.
Ainda assim, a posição de Waller não encontrou eco dentro do Comitê. Com a aproximação da decisão de julho e o início do período de silêncio dos dirigentes, os mercados já precificam com alta convicção que não haverá corte este mês.
A expectativa de corte em setembro também recuou: a probabilidade caiu para 63%, o menor patamar do ano. Apesar disso, a pressão política por parte da Casa Branca e o agravamento das tensões comerciais podem colocar o Fed em situação delicada.
Ruídos políticos e impacto no dólar
A volatilidade nos mercados aumentou na semana passada com rumores sobre uma possível demissão do presidente do Fed, Jerome Powell, por parte de Trump. O dólar chegou a enfraquecer com a especulação, mas um comunicado da Casa Branca ajudou a acalmar os ânimos. Ainda assim, o episódio reacendeu preocupações sobre a independência da autoridade monetária. Esse tipo de risco político tende a elevar a volatilidade de curto prazo da moeda americana.
Apoio limitado dos juros longos
Os rendimentos dos títulos do Tesouro vinham sustentando a força do dólar, mas o cenário mudou. A taxa do Treasury de 10 anos teve dificuldade para superar o patamar de 4,50%, limitando novos avanços do Índice do Dólar. Após a recompra de títulos na sexta-feira, o yield caiu para abaixo de 4,40%, o que pode reduzir o fôlego de alta do DXY no curto prazo.
Agenda da semana: dados e discursos no radar
Os mercados acompanharão atentamente os principais indicadores desta semana, incluindo:
- o PMI industrial dos EUA
- os pedidos de bens duráveis
- os dados do setor imobiliário
- e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell
Além disso, os balanços de grandes empresas, como Coca-Cola (NYSE:KO), Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Tesla (NASDAQ:TSLA) e IBM (NYSE:IBM), também devem influenciar o apetite por risco e, por consequência, o comportamento do dólar.
Na Europa, não se espera alteração na taxa de juros na próxima reunião do Banco Central Europeu. Ainda assim, os comentários da presidente Christine Lagarde podem afetar a dinâmica do euro/dólar.
Dólar tenta manter tendência de alta, mas enfrenta obstáculos
O dólar segue sem direção clara, pressionado por um ambiente altamente incerto. Internamente, as expectativas em torno da política de juros do Fed e a tensão política, incluindo a pressão sobre Powell, alimentam a volatilidade. Externamente, os riscos ligados às tarifas de 1º de agosto, às negociações comerciais e à reunião do BCE também pesam sobre o sentimento do mercado.
Embora a tendência de recuperação do dólar ainda esteja em curso, os ganhos permanecem contidos. No curto prazo, o avanço da moeda dependerá principalmente das declarações de Trump, da evolução das tarifas e da postura do Fed diante da crescente pressão política.
Perspectiva técnica para o Índice do Dólar (DXY)
O DXY vem tentando romper a resistência em 98,35 desde a semana passada, após ter se recuperado da mínima de 96,30 no início do mês. A manutenção acima desse suporte pode sustentar o viés de alta. Para que o rali ganhe tração, será necessário que os yields dos Treasuries retornem acima de 4,50% e que o Fed envie um sinal mais claro de política monetária.
Tecnicamente, um suporte começa a se formar próximo do nível 98. Uma quebra abaixo dessa região pode indicar o início de uma correção, com alvo em torno de 96. Por outro lado, se o índice conseguir fechar consistentemente acima de 98,35, o movimento de alta pode se estender até 99,60. No momento, o desafio é superar essa resistência, caso contrário, a recuperação deve seguir limitada.
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