DXY: Dólar segue vulnerável na ausência de novos catalisadores

Publicado 07.07.2025, 10:23
  • A moeda americana se mantém próxima de um suporte técnico, mas sem direção clara diante da combinação entre sinais do Fed e incertezas tarifárias.
  • Os mercados aguardam definições enquanto o dólar testa a resistência de 98 pontos, uma falha nesse nível pode abrir espaço para novas vendas.
  • Com a agenda econômica esvaziada, o foco se volta às movimentações comerciais de Trump e aos riscos geopolíticos desta semana.
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O dólar segue pressionado por incertezas envolvendo a política tarifária dos Estados Unidos e a condução da taxa de juros pelo Federal Reserve, em um cenário de baixa volatilidade às vésperas do verão no Hemisfério Norte. Apesar de operar dentro de uma faixa estreita, o índice da moeda permanece próximo dos menores níveis em três anos.

Na semana passada, avançou de 96,38 para acima de 97,40, mas ainda sem indicar uma direção consistente. O principal vetor dessa indefinição está relacionado às tarifas propostas pelo presidente e à falta de clareza sobre os próximos passos da autoridade monetária norte-americana.

Sinais de novas tarifas elevam receios de escalada nas tensões comerciais

Declarações recentes de Trump na plataforma Truth Social reacenderam o temor de um novo ciclo de tarifas. Ele sugeriu a possibilidade de impor uma sobretaxa de 10% a países com laços estreitos com o bloco Brics, em um movimento que sinaliza endurecimento da postura comercial dos EUA.

Trump também afirmou que algumas notificações tarifárias já começaram a ser enviadas a partir desta segunda-feira. Embora inicialmente programadas para entrar em vigor em 9 de julho, as novas tarifas foram postergadas para 1º de agosto. A ausência de detalhes operacionais sobre a medida, contudo, mantém os mercados em compasso de espera.

As negociações com parceiros relevantes, como Japão e União Europeia, avançam lentamente, o que pode alimentar tensões adicionais. No curto prazo, esses fatores dão algum suporte ao dólar, mas um agravamento dos atritos comerciais pode enfraquecer a moeda nos próximos meses.

Mercado de trabalho forte limita espaço para cortes na taxa de juros

Nos Estados Unidos, os dados do payroll da semana passada vieram acima das expectativas, o que reduziu a probabilidade de o Federal Reserve promover três cortes de juros ao longo deste ano. Nenhuma alteração é esperada para a reunião de julho. Apesar disso favorecer o dólar no curto prazo, os mercados têm reagido de forma mais sensível às declarações de Trump sobre comércio exterior.

A ata da próxima reunião do Fed, que será divulgada nesta semana, não deve alterar o sentimento dos mercados. As principais autoridades da instituição já tornaram suas visões conhecidas em discursos recentes, e o documento não deve trazer novidades relevantes sobre a trajetória dos juros.

Enquanto isso, a volatilidade no índice do dólar permanece em níveis historicamente baixos. Dados do mercado de opções indicam que os investidores acreditam que o impacto potencial das novas tarifas já está precificado. Por outro lado, isso também significa que qualquer decisão inesperada pode provocar reações mais intensas.

Além disso, como muitos dos países visados possuem participação comercial limitada fora do Brics, o impacto direto das tarifas pode ser contido. Ainda assim, a retórica agressiva de Trump tem pressionado as moedas de economias emergentes.

Esta semana, o calendário global de indicadores é relativamente esvaziado. Na zona do euro, o foco recai sobre os dados de vendas no varejo e os discursos da presidente do BCE, Christine Lagarde. Na Ásia, os números de inflação da China, que saem na quarta-feira, podem influenciar o humor dos mercados.

Nos Estados Unidos, a ausência de divulgações econômicas relevantes aumenta o peso das decisões comerciais de Trump como fator determinante para o comportamento do dólar.

De forma paralela, uma reunião entre Trump e o primeiro-ministro de Israel para tratar da crise em Gaza pode adicionar um componente geopolítico ao cenário de risco, com impacto sobre o sentimento dos investidores.

Catalisadores importantes definirão o rumo do dólar

Análise técnica do dólar DXY


O índice do dólar encontra suporte técnico na região de 96,6 pontos e apresenta sinais de possível recuperação. Para que esse movimento ganhe tração, os mercados aguardam orientações mais claras sobre a condução da política econômica. A forma como Trump detalhará a aplicação das tarifas, tanto em termos de escopo quanto de cronograma, será fundamental para a trajetória da moeda americana.

Com as atas do Fed tendendo a ter impacto limitado e poucos dados relevantes previstos, os eventos comerciais e geopolíticos devem ditar o ritmo do dólar nesta semana. Do ponto de vista técnico, 96,6 é o principal suporte, enquanto a faixa entre 97,8 e 98,5 representa uma zona de resistência relevante.

O DXY opera próximo ao limite superior do canal de baixa iniciado em maio, mas o viés de longo prazo segue fragilizado. Nesta semana, o índice volta a testar a resistência de 98 pontos. Um rompimento sustentado desse nível pode sinalizar o início de uma reversão de tendência. Para que isso se confirme, o DXY precisaria se firmar acima da faixa de 99,75–100,50.

Caso o índice não consiga superar a região dos 98 pontos, isso indicaria que a demanda pela moeda americana segue enfraquecida. Nesse cenário, a pressão vendedora pode se intensificar, levando o índice de volta à região dos 95 pontos no curto prazo.

Em resumo, o cenário para o dólar permanece instável. Enquanto não houver clareza sobre a política tarifária e a condução da taxa de juros, o risco de retomada da tendência de enfraquecimento persiste.

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