MERCADO – A desvalorização do real brasileiro vinha provocando significativas perdas no mercado futuro do café nesta semana, até ontem, quando o dólar teve sua ascensão freada. No tocante ao desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, já foram observadas as primeiras floradas nas principais regiões produtoras.
A moeda norte-americana ultrapassou, nesta semana, os R$ 4,00 pela primeira vez desde a criação do Plano Real, em 1994. As incertezas políticas e econômicas que pairam sobre o país foram os principais motivos da intensa alta registrada até meados de quinta-feira. Porém, com a intervenção do Banco Central, a evolução foi contida para apenas 0,9% na comparação com o fechamento da divisa na semana antecedente. Ao término dos negócios, o dólar foi cotado a R$ 3,9914.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C encerrou a quinta-feira a US$ 1,1830 por libra-peso, com leve queda de cinco pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, registraram, por sua vez, leves ganhos após o desempenho de ontem. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.655 por tonelada, com avanço de US$ 10 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, os preços do arábica foram beneficiados pela recuperação externa de ontem, resultando na realização de alguns negócios. Já os preços do conilon, em função das vendas retraídas, têm batido sucessivos recordes nominais. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a R$ 472,24/saca e a R$ 351,83/saca, respectivamente, com variação de 3,50% e 4,61% na comparação com o fechamento da semana passada.
Em relação ao desenvolvimento da safra 2016, o Cepea informou sobre as floradas observadas nas principais regiões produtoras, conforme resumido no quadro abaixo.
Fonte: Cepea
A instituição esclarece que o potencial da safra será determinado pelo pegamento das flores e pelo desenvolvimento dos chumbinhos, os quais dependerão das condições climáticas das próximas semanas. Porém, o “desenvolvimento de parte das plantas não vem ocorrendo da forma ideal desde o ano passado por conta da irregularidade das chuvas”.
Segundo a Climatempo, a partir de 27 de setembro as precipitações retornarão à Região Sudeste, mas serão irregulares. Até o final deste mês, devem ser registrados pequenos volumes acumulados em parte das regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais, não ultrapassando os 20 mm. Embora a primavera de 2015 marque o retorno das chuvas para o Sudeste, a estação tende a ser caracterizada pela ocorrência de períodos quentes e secos, como os vivenciados nos últimos dias.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro