MERCADO — Os contratos futuros do café arábica permaneceram estáveis na comparação com o desempenho registrado na Bolsa de Nova York na última sexta-feira. Ontem, o vencimento julho/2016 do contrato "C" encerrou o pregão a US$ 1,2150 por libra-peso, mesmo valor do dia 29 de abril.
O mercado tem vivenciado calmaria em meio à falta de novidades fundamentais. Apesar de o suporte psicológico de US$ 1,20 por lb-peso ter sido rompido na ICE Futures US, a escassez de novos fundamentos e o dólar fraco possibilitaram que as cotações se recuperassem e voltassem a se situar no intervalo entre US$ 1,20 e US$ 1,30.
Na ICE Futures Europe, os contratos futuros do café robusta tiveram desempenho positivo, sendo puxados também pela fraqueza do dólar, a qual diminui os ganhos dos operadores em moeda local e estimulam a redução da oferta no mercado internacional. O vencimento julho/2016 fechou a US$ 1.617 por tonelada na quinta-feira, registrando valorização de US$ 29 sobre a semana anterior.
DIFERENCIAL ARÁBICA X ROBUSTA — O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou que, em abril, o indicador do café arábica tipo 6 teve média de R$ 466,70 por saca de 60 kg, quase 5% inferior ao mês anterior, ao passo que o do robusta tipo 6 subiu 4% na mesma comparação, para R$ 379,33/sc no mês passado. Com esses desempenhos, o diferencial médio entre os preços das variedades caiu para R$ 87,37/saca, o menor intervalo desde janeiro de 2014.
Segundo a instituição, o encurtamento entre os valores se deve ao recuo do arábica, pressionado pelo fraco desempenho dos futuros na Bolsa de Nova York e pela aproximação do início da safra brasileira. Por outro lado, o conilon foi sustentado pela expectativa de menor produção e grãos com peneiras inferiores na safra atual, em especial no Espírito Santo, maior produtor nacional, que há mais de dois anos vem sofrendo com a estiagem.
Com a expectativa de que o preço do robusta recuará somente quando a colheita do grão tipo 6 entrar com mais força no mercado, os agentes consultados pelo Cepea creem que o diferencial para o arábica pode encurtar ainda mais, tanto que, ontem, o intervalo recuou para R$ 70,95 (arábica a R$ 455,15 e conilon a R$ 384,20). Por outro lado, não existe um prognóstico para que o nível alcance a mínima histórica de agosto de 2013, quando a diferença foi de R$ 32,95/saca.