O dólar encerrou no maior patamar frente ao real desde o fim de dezembro nesta terça-feira, após dados positivos dos Estados Unidos sugerirem que o banco central norte-americano poderá diminuir seu programa de estímulo monetário nos próximos meses, reduzindo a liquidez internacional.
Analistas destacavam, no entanto, que os investidores seguiam cautelosos antes da decisão do Banco Central brasileiro sobre a taxa básica de juros do país, devido a dúvidas quanto à intensidade do aperto monetário que deve vir na quarta-feira.
O dólar encerrou com alta de 0,87%, cotado a 2,0741 reais na venda. É o maior nível no fechamento desde 24 de dezembro, quando a divisa norte-americana ficou em 2,0794 reais. No mês, acumula alta de 3,63%.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 3 bilhões de dólares.
"O dólar está mais forte no mundo devido à expectativa de diminuição do programa de estímulo do Fed (banco central norte-americano)", afirmou o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato.
"O dólar está se ajustando ao que está acontecendo lá fora. O real não acompanhou exatamente a piora lá fora porque teve fluxo, então nós podemos dizer que nossa moeda está um pouco atrasada em relação a outras", afirmou ele, referindo-se à entrada de recursos externos nos últimos dias.
Essa expectativa de menor liquidez mundial ganhou força nesta terça-feira após a confiança do consumidor dos Estados Unidos se fortalecer em maio para o maior nível em mais de cinco anos, saltando para 76,2, ante 69 em abril, e superando as expectativas de economistas, que previam leitura de 71.
"É um fortalecimento do dólar mundial, porque a economia norte-americana está se pondo de pé", disse o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. "É um sinal muito consistente a confiança do consumidor ser a maior em cinco anos. O consumidor é o grande fator de crescimento dos Estados Unidos".
Fonte:exame.abril.com.br/mercados/noticias/dolar-sobe-a-r-2-07-maior-nivel-no-ano-com-dados-dos-eua-2