E Vem, Vai, Vem, Vai

Publicado 27.06.2015, 07:36
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Mexe a cadeira

Está difícil de saber quem é mais volátil: a Bolsa chinesa ou o setor educacional brasileiro?

O índice Shanghai Comp derreteu -7,38% nesta sexta-feira, embora ainda acumule ganhos de +34% no ano. Volatilidade nem sempre é um termômetro de risco, mas neste caso sim.

São comuns as ocasiões em que a Bolsa chinesa registra queda de -4% no intraday, para depois fechar em forte rali positivo.

São comuns, mas não são nada normais.

Alguma coisa está bastante errada quando o comum deixa de ser normal. A volatilidade ímpar na China decorre de uma multidão de investidores operando alavancados, sem saber o que estão fazendo.

Muitos desses investidores chineses (cerca de 6% da base de novas pessoas físicas) são classificados formalmente como iletrados.

Outros 25% não possuem sequer ensino médio, quanto menos universitário.

Bota na beira da sala

Se o Shanghai caiu -7,38%, as ações da Kroton e Estácio não deixam por menos, liderando a ponta negativa do Ibovespa.

Reportagem do Estadão avisa que a abertura de vagas do FIES em 2016 não será muito diferente da modesta estatística de 2015: entre 300K e 350K.

O mercado exagera ao punir KROT e ESTC hoje, olhando muito para a quantidade das novas vagas e pouco para a qualidade dos alunos entrantes, que tende a ser várias vezes melhor.

Além disso, toma-se a parte maior do que o todo. O FIES é um pedaço de Kroton e Estácio. O outro pedaço, ex-FIES, também vale muito.

Mexe o teto

E não é que o Conselho Monetário Nacional reduziu o teto da meta de inflação?

Dos 6,5% completamente desrespeitados em 2015 para 6,0% em um longínquo 2017.

Eu queria mesmo dizer que essa mudança é para inglês ver, mas não posso.

Pois o economista Alan Blinder, formado na London School of Economics, dificilmente concordaria com a decisão do CMN.

Blinder é autor de um estudo obrigatório a todos os banqueiros centrais: "Central Bank Credibility: Why Do We Care? How Do We Build It?”.

A principal conclusão: a eficiência de um BC depende enormemente de seu track record e minimamente de suas promessas.

Na conclusão acima, você pode inclusive trocar “BC” por qualquer outra palavra. Faça o teste.

Agora bem na minha cara

Sim, nós levamos track record muito a sério.

Isso permite traçar metas críveis para o futuro.

Na próxima semana - segunda e terça - publicaremos dois vídeos inéditos, para você ficar cara a cara com Felipe Miranda.

Felipe vai contar o que pensa sobre o segundo semestre e - ainda mais importante que isso - onde está colocando seus próprios investimentos pessoais.

Para reservar acesso gratuito aos vídeos, clique aqui.

Sabe tudo e nada fala

No fim das contas, o CMN está certo.

Já que 2015 é um ano natimorto, vamos falar de 2017.

O que você acha que vai acontecer primeiro até lá?

Cinco alternativas:

1) Meta de superávit primário será rebaixada.

2) A TIM será vendida.

3) Grécia entrará na Zona do Yuan.

4) Tombini passará o bastão.

5) Você terá análises financeiras garantidas para o resto da vida.

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