EUA registram superávit orçamentário surpresa de US$ 27 bilhões em junho, impulsionado por tarifas
A elevação da mescla de etanol na gasolina, de 27pc para 30pc, aliada ao aumento do papel das importações de nafta no suprimento nacional, deve reduzir as importações de gasolina em aproximadamente 125.000 m³/mês. O volume equivale a quase três navios de categoria MR (medium range, na terminologia em inglês).
A partir de 1º de agosto, entra em vigor a decisão do Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE), que eleva a mescla de etanol anidro na gasolina. O órgão também anunciou a elevação da mistura do biodiesel no combustível fóssil de 14pc para 15pc.
Nos primeiros cinco meses de 2025, o Brasil importou em média 210.000m³ de gasolina, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O volume está abaixo dos 266.000m³ registrados no mesmo intervalo em 2024.
A nova mistura obrigatória pode zerar a necessidade de importação em determinados momentos, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O argumento serviu de base para a aceleração na mudança, anunciada no final de junho. As buscas por cargas no exterior tendem a ser mais pontuais e com praticamente todo o volume de gasolina destinado ao Nordeste.
A arbitragem favorável entre abril e maio estimulou a aquisição de volumes de produto no mercado internacional, mas a demanda pelo combustível nacionalizado tem sido aquém do esperado por importadores desde então.
A tentativa de obter margens, no entanto, impede o avanço de negociações em um mercado pouco demandado. Importadores direcionam parte desse produto para as próprias redes, enquanto o apetite de varejistas é limitado no mercado à vista.
O atual cenário nos portos de Itaqui (MA) e Suape (PE) é de sobreoferta, e parte dos compradores espera níveis de preços mais baixos para darem início às conversas.
A menor demanda pela gasolina importada freia aquisições no mercado internacional desde maio. A necessidade de buscar volumes em outros países fica ainda menor com os leilões de gasolina realizados pela Petrobras (BVMF:PETR4). Nas palavras de um operador ouvido pela Argus, se as ofertas na Bahia continuarem competitivas e o fluxo de nafta que entra no Rio de Janeiro se mantiver frequente, o mercado de gasolina importada chegará ao fim.
Apesar da esperada redução no volume de gasolina importada, compradores devem seguir atentos às ofertas vindas da Europa e dos Estados Unidos. A possibilidade de aquisições combinadas com diesel a partir da costa do Golfo Americano traz vantagens competitivas aos refinadores norte-americanos, sobretudo em momentos de menor oferta de diesel na Rússia.
A proximidade entre o Golfo Americano e a região Nordeste também permite aquisições com prazos de entrega mais curtos, o que contribuiu na mitigação de riscos.